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Nota de pesar sobre a morte da ciclista Mariana Livinalli Rodriguez

A Ciclocidade – Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo e seus integrantes manifestam total solidariedade aos familiares, amigos e amigas de Mariana Livinalli Rodriguez, de 25 anos, vítima de uma colisão com ônibus nesta terça-feira (1/9). O episódio aconteceu no cruzamento da ciclovia da Av. Faria Lima com a Rua Chopin Tavares de Lima. Mariana sofreu traumatismo craniano e teve morte cerebral declarada nesta quinta-feira (3/9), em mais uma tragédia do ainda violento trânsito da cidade.

Manifestamos solidariedade e pesar, e ao mesmo tempo, repudiamos a tentativa oportunista de parte da mídia de aproveitar o falecimento para, de maneira sensacionalista, tentar caracterizar como irresponsáveis as pessoas que optam por se deslocar de bicicleta pela capital paulista. Mariana tinha o direito de transitar de bicicleta. O que deve ser discutido é como aprimorar a segurança e como minimizar as chances de tragédias como esta. Está claríssimo no Código de Trânsito Brasileiro que, em conversões, a preferência é sempre do pedestre e/ou do ciclista.

As condições da colisão não são claras. Mesmo com a sinalização específica para bicicletas, o local segue sendo um ponto de conflito, em que o fluxo constante de ciclistas que utilizam o eixo cicloviário Faria Lima – Pedroso de Moraes é interrompido de maneira brusca por um cruzamento semaforizado que visa a passagem de ônibus biarticulados. O ponto é o mesmo em que, em junho de 2014 (quando o semáforo específico para bicicletas ainda não havia sido instalado), o ciclista Fábio Mendonça foi atropelado após bater em um ônibus que fazia conversão passando pela ciclovia. Fábio sofreu ferimentos graves na mão, mas sobreviveu.

Mortes após colisão com ônibus na cidade de São Paulo são, infelizmente, frequentes. Integram esta triste lista Márcia Prado (2009), Antonio Bertolucci (2011), Juliana Ingrid Dias (março de 2012), José Vicente dos Santos (maio de 2012) e Nemésio Ferreira Trindade (novembro de 2012), apenas para citar alguns nomes. Apenas em 2014, 11 ciclistas foram mortos devido a colisões com ônibus.

É hora de exigirmos a correta investigação por parte das autoridades competentes. É também inaceitável seguir com a lógica de um trânsito acelerado e violento, desumana, que vitima mais de 60 mil pessoas por ano no Brasil.

 

Ciclocidade – Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo

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