ciclocidade

Pedaladas por segurança e espaço

 

Bianca Mascara, especial para o Cidadania

 

 

A bicicleta não tem vez no trânsito de São Paulo. Apesar de ser uma alternativa sustentável e saudável, ela é uma opção pouco utilizada pelos paulistanos e moradores de outros centros urbanos no Brasil, para se deslocarem pela cidade. A magrela foi esquecida ao longo dos tempos e hoje não tem lugar entre aos pesados carros e caminhões, que ocupam quase todos os espaços das ruas e avenidas das cidades.

Todavia, ainda há quem lute pelo maior participação das bicicletas nas ruas, o que poderiam ser ciclovias, mas estas ainda são uma raridade, sobretudo em se tratando da cidade de São Paulo.

A Ciclocidade é uma das organizações que acredita na bicicleta como alternativa de transporte nas áreas urbanas.  Em vista disso, a associação se empenha pelas causas de segurança e acessibilidade para as bicicletas nos grandes centros urbanos. Além de incentivar seu uso como uma escolha sustentável.

“Primeiro, é preciso se criar uma sociedade que não veja o ciclista como um obstáculo, para termos uma convivência mais pacífica entre carros, ônibus, bicicletas e outros meios de transporte”, comentou Thiago Benicchio, diretor da associação, em entrevista a BBC Brasil.

Dia seis de fevereiro de 2007 a lei 14.266/07, decorrente do projeto de lei 599 de 2005 proposto pelo vereador Chico Macena, foi finalmente aprovada pelo prefeito Gilberto Kassab e passou a vigorar na cidade de São Paulo. Seu artigo 3º determina: “O Sistema Cicloviário do Município de São Paulo deverá: I – articular o transporte por bicicleta com o Sistema Integrado de Transporte de Passageiros – SITP, viabilizando os deslocamentos com segurança, eficiência e conforto para o ciclista”. Estamos em 2012.

Ciente das dificuldades do cidadão aderir à bicicleta nas ruas da capital paulista, a Ciclocidade desenvolveu algumas dicas para os ciclistas. Dentre elas, acatar as leis do trânsito é fundamental, como o uso de capacete e sinalizadores. Também é preciso respeitar os pedestres, pois a preferência nas calçadas e faixas são deles. “Nas vias urbanas ou rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer quando não houver ciclovia, ciclofaixa ou acostamento”, determina o Código de Trânsito Brasileiro. Ou seja, as ruas da cidade também pertencem aos ciclistas.

A entidade também auxilia o ciclista com mapas das melhores e mais seguras rotas. Além de indicar os lugares que disponibilizam bicicletários ou paraciclos.

 

A dezena virou centena

No início de fevereiro, a Ciclocidade celebrou a parceria com o centésimo associado. Os membros da instituição colaboram com uma anuidade de no mínimo 60 e no máximo 180 reais, dinheiro revertido para bancar os custos de manutenção da entidade e os projetos desenvolvidos.

Todos os cem associados podem propor e definir metas, além de opinarem sobre as ações da Ciclocidade ou simplesmente atuarem como apoiadores.  Essa foi uma grande conquista para a instituição, que nasceu em 2009, com a reunião de dezenas de cidadãos na defesa da mobilidade por bicicletas, e prossegue com metas cada vez mais ousadas em prol desta causa.

 

Pedalada por cima

Um ano depois do atropelamento em massa de ciclistas que participavam do movimento Massa Crítica, em favor da maior participação das bicicletas no espaço urbano, em Porto Alegre (RS), será organizado o primeiro Fórum Mundial da Bicicleta na capital gaúcha.

O evento está previsto para ocorrer entre os dias 23 e 26 de fevereiro. A programação prevê palestras, oficinas temáticas, pedaladas pela cidade, manifestações e música.

 

 

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