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Prefeitura diz que bicicletário leva mais ciclistas para a Faria Lima

Após a instalação de ciclovia, aumentou o uso de bicicletas em bicicletário do largo da Batata

 

VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO

Em uma cidade de grandes deslocamentos, como São Paulo, um bicicletário tem poder. Especialmente se for perto do metrô, como o do largo da Batata, em Pinheiros na zona oeste.

Após a implantação do equipamento, em 2 de agosto, o uso de bicicletas na avenida Faria Lima deu um salto de 37%. O número foi obtido a partir de duas contagens de bicicleta na via, feitas pela CET: uma antes da inauguração do bicicletário, em 28 de abril, e a outra depois, em 11 de agosto.

Na primeira, foram 475 ciclistas; na segunda, 652. As contagens ocorreram nos horários de pico (das 7h às 10h e das 16h às 19) em dois pontos: um próximo à avenida Cardeal Arcoverde e outro da rua dos Pinheiros.

“Em uma cidade onde as pessoas cobrem grandes distâncias para chegar ao trabalho, como São Paulo, é difícil se locomover só com a bicicleta. O interessante é poder combinar com outro modal, como o metrô, e o largo da Batata tem uma estação da linha amarela”, diz Gabriel Di Pierro, 35, diretor-geral da Ciclocidade (Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo).

“Mas para esse intermodalidade acontecer, é preciso ter o bicicletário, já que as bicicletas só podem entrar no metrô após as 20h”.

Segundo Di Pierro, as ligações da região de Pinheiros com o centro, onde grande parte das pessoas trabalham, têm subidas fortes.

Além disso, o trajeto tem de ser feito por meio de vias movimentadas como as avenidas Teodoro Sampaio e Rebouças, que não têm preparo para ciclistas. “É uma combinação que dificulta o uso da bicicleta”, afirma.
bike compartilhada

Após a inauguração do bicicletário, que é da prefeitura mas operado pelo Itaú-Unibanco, uma estação do Bike Sampa ( programa de empréstimos de bicicletas do mesmo banco) também foi instalada nas proximidades.

A medida fez o uso de bikes compartilhadas pular de 34 para 82 nas mesmas contagens, um aumento de 141%. Já o uso de bicicletas de carga teve uma ligeira queda de 12%, passando de 41 para 36 nos dois horários de picos.

Para Di Pierro, o uso das bicicletas no trecho poderia até ser ampliado, se a prefeitura implantasse a ligação da ciclovia da avenida Faria Lima até o Ceagesp, uma promessa que vem de outras gestões, mas que já foi reiterada pela administração de Fernando Haddad (PT).

Outra medida que o diretor da Ciclocidade sugere para incentivar o uso da bicicleta é liberá-las para serem carregadas no metrô fora dos horários de pico. “Isso sim ia aumentar muito a demanda”.

 

Fonte: Folha de S.Paulo.

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