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São Paulo está preparada para acolher a bicicleta como meio de transporte?

A cidade de São Paulo ainda está distante de ser uma cidade convidativa e adequada para que qualquer pesoa que deseje usar a bicicleta se sinta confortável e segura. Ainda assim, existem cerca de 500 mil paulistanos que utilizam este veículo pelo menos uma vez por semana na cidade e este número cresce a cada dia. Com o aumento do número de ciclistas e da “visibilidade social” da bicicleta, a segurança dos ciclistas aumenta e a cidade, aos poucos vai se tornando mais adequada.

 

Uma cidade “adequada” para o uso de bicicletas deve contar, fundamentalmente, com dois elementos: infraestrutura e educação/fiscalização.

 

A infraestrutura cicloviária consiste na criação de uma rede de ciclovias, ciclofaixas e “ciclorrotas” (trânsito compartilhado sinalizado) de boa qualidade, que garanta a segurança e o conforto do ciclista. Uma “rede cicloviária” quer dizer estabelcer interligações entre todas as regiões da cidade, combinando cada uma dessas estruturas (ciclovias, ciclofaixas e trânsito compartilhado sinalizado). Para o trânsito compartilhado, é necessário adotar medidas de “acalmamento de trânsito (traffic calming)”, como a redução da velocidade máxima permitida e outras formas de reduzir o potencial de danos dos veículos motorizados.

 

O processo de educação é fundamental para que todos os participantes do trânsito (motociclistas, motoristas e ciclistas) aprendam a compartilhar o espaço priorizando o respeito à vida do próximo.

 

São Paulo ou qualquer outra cidade do mundo que sofreu com os impactos da prioridade absoluta ao automóvel durante o século XX precisa resgatar o espaço perdido para o carro, criar redes de transporte coletivo eficientes e tornar as ruas mais seguras para todos.

 

A bicicleta é um importante instrumento de transformação das cidades. Com o aumento do número de ciclistas e da preocupação social em incluir definitivamente este meio de transporte entre as opções de deslocamento dos cidadãos, conseguimos não apenas transformar a cidade em um ambiente mais adequado para os ciclistas, mas sim para todos os cidadãos.

 

Thiago Benicchio

Diretor Geral da Ciclocidade – Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo

 

Fonte (p. 19)

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