Assembleia Geral da Ciclocidade aprova contas de 2014 e baixa o valor mínimo da associação para R$ 5/ano
Mudanças no sistema de associação acontecerão após nova reunião do GT Associação e serão anunciadas pelos meios de comunicação da Ciclocidade
Aconteceu na manhã e tarde deste último domingo (2/8) a Assembleia Geral da Ciclocidade, que teve como objetivo apresentar as contas referentes ao ano fiscal de 2014 e colocar em votação as propostas de mudança na política de associação. Ao todo, estiveram presentes cerca de 25 pessoas, das quais 15 eram associadas e, conforme rege o Estatuto, poderiam participar da votação.
Gabriel di Pierro, Diretor Executivo da Ciclocidade, abriu a Assembleia pedindo desculpas pelo atraso em convocá-la. A apresentação das contas costuma acontecer por volta de março/abril, mas por conta de dificuldades com o demonstrativo financeiro, este ano atrasou um pouco e a prestação acabou tendo de ser postergada. Por outro lado, o tempo maior permitiu detalhar melhor o fluxo financeiro e gerar um balanço bastante minucioso, o que foi elogiado pelos presentes.
Prestação de contas
Gabriel aproveitou a fala inicial para fazer uma retrospectiva sobre o que aconteceu no ano de 2014. Fizemos uma matéria específica a este respeito, onde você pode ver com detalhes as várias ações nas quais nos envolvemos.
Na sequência, Maira Bombachini e Carlos Lopes, respectivamente Diretora Financeira e Diretor Administrativo, apresentaram as entradas e saídas de recursos ao longo do ano passado. Em 2014, os principais destinos de verbas foram a criação de um novo site e sistema de associação e as atividades da Semana da Mobilidade, em setembro.
Já as principais entradas de aportes aconteceram em dois momentos: na campanha de arrecadação coletiva para a criação da oficina Mão na Roda no Centro Cultural São Paulo, em junho, e na renovação do apoio institucional pelo Itaú, em novembro. No entanto, como boa parte dos recursos do banco eram destinados a ações a serem executadas apenas em 2015, suas saídas ainda não aparecem neste balanço. É possível ver o detalhamento mês a mês na seção de prestação de contas do nosso site.
As contas foram aprovadas pelo Conselho Fiscal e pelo corpo de associadas e associados presentes com duas ressalvas. A primeira é de que a data da próxima Assembleia Geral destinada à prestação de contas de 2015 deve ser feita ao início de 2016, e não no meio do ano. A segunda é que, com a criação de um posto de trabalho CLT registrado em carteira, é o preciso fazer constar nos balanços financeiros futuros um fundo de provisão, destinado a eventualidades trabalhistas.
No geral, o detalhamento das contas foi elogiado e o orçamento considerado enxuto para o número de projetos e atividades realizadas pelas Associação.
Votação sobre mudanças no sistema de associação
Uma vez aprovadas as contas, passamos a discutir as mudanças na forma como as pessoas se associam à Ciclocidade. Segue abaixo um breve resumo, assim como da principal defesa de cada uma delas:
Proposta 1. Manter a associação do modo atual. As pessoas pagam um valor mínimo (hoje em R$ 60) e todas recebem um kit com colete reflexivo. Principal defesa: nunca houve uma campanha de associação e cenário para que tal campanha acontecesse também nunca foi favorável – o próprio sistema informatizado de associação (CiviCRM) só passou a funcionar plenamente em meados de junho de 2015. As contribuições associativas poderiam, ao longo do tempo, ajudar na independência financeira.
Proposta 2. Baixar o valor mínimo de associação, mas ainda assim ter um valor mínimo. Quem se associa poderia receber um kit com colete reflexivo quando a contribuição fosse igual ou maior do que determinado patamar (por exemplo, os R$ 60 atuais). Principal defesa: o valor mínimo atual de R$ 60 não é alto se considerado como contribuição anual, mas ao ser pago de uma só vez torna-se elevado e uma barreira a novas associações. Ao mesmo tempo, zerar o valor mínimo de entrada poderia significar falta de comprometimento por parte de quem se associa.
Proposta 3. Não ter um valor mínimo de associação, abrindo para que as pessoas contribuam com o que puderem. O kit com colete reflexivo seria dado a quem contribuísse com um valor igual ou maior do que determinado patamar. Principal defesa: a Ciclocidade vem da ideia de ser uma associação de ciclistas, e o financeiro não pode ser uma barreira de entrada. Há exemplo de outras associações que fizeram essa abertura e foram bem sucedidas, tanto na ampliação do número de associados como no aumento de arrecadação.
Após duas rodadas de votação apertadas, uma sobre o sistema e uma sobre os valores mínimos de contribuição, ganhou a Proposta 2, mas com um formato final muito próximo ao da Proposta 3. O valor mínimo anual a ser cobrado para associação será baixo, apenas R$ 5, enquanto a decisão sobre dar ou não kits com coletes reflexivos para contribuições maiores ficará a cargo do Grupo de Trabalho de Associação. As mudanças entrarão em vigor após tais decisões, e serão anunciadas pelos meios de comunicação usuais – webiste, mailing, Facebook e Twitter.
Já para o caso de pessoas jurídicas, o debate pendeu para considerar empresas como apoiadoras da carta de intenções da Ciclocidade, o que as difere de uma pessoa física associada. Isso significa que, ao apoiar a associação, as empresas manifestam que concordam com as ideias e atividades executadas pela Ciclocidade, mas não têm poder de voto em assembleia como associados pessoa física.