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Ciclocidade contribui com propostas voltadas à intermodalidade em duas licitações bilionárias

PPP dos Terminais de Ônibus Urbanos de São Paulo e Concessão das Linhas 8 e 9 de trens da CPTM preveem a implantação de bicicletários por 30 anos

No dia 15 de outubro, três empresas apresentaram suas propostas à Prefeitura de São Paulo para a administração dos terminais de ônibus da capital. A Parceria Público-Privada, que teve sua concorrência iniciada na gestão de Fernando Haddad (PT) e terminou durante o mandato de Bruno Covas (PSDB), prevê a concessão por 30 anos em uma licitação que pode chegar à casa dos R$ 6 bilhões. 

Durante o processo, a Ciclocidade fez diversas sugestões com base na publicação sobre melhores práticas em bicicletários e a partir de uma observação dos dados de uso dos 11 bicicletários existentes nos terminais de ônibus, liberados via LAI – Lei de Acesso à Informação.

Sugestões da Ciclocidade incorporadas ao edital

  • Inclusão de bicicletários com zeladoria nas estações do Expresso Tiradentes;
  • Ampliação da capacidade de alguns bicicletários que já possuem controle de acesso e zeladoria de acordo com dados observados (Amaral Gurgel, Campo Limpo, Guarapiranga e Pinheiros); 
  • Recomendação para que bicicletários de terminais tenham um tamanho mínimo para 40 ou 50 vagas;
  • Fornecimento de dados mensais: resumo do número diário de entradas, além de dados brutos de entrada e saída para monitoramento do tempo de estadia.

A Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito (SMT) aceitou praticamente todas as sugestões. A exceção foi o pedido de aumento do bicicletário do terminal Campo Limpo, que já é maior do que o tamanho mínimo proposto – mas ele poderá ser aumentado caso haja demanda verificada.

Por outro lado, o papel da SMT durante o processo foi fundamental, pois incluiu algumas melhorias no texto:

  • Áreas de estacionamento em terminais e estações de ônibus que ainda não têm zeladoria devem passar a tê-la, sob responsabilidade da concessionária, de forma a se tornarem bicicletários;
  • Os equipamentos serão obrigatoriamente gratuitos e terão no mínimo 50 vagas;
  • Caso o sistema de monitoramento verifique alto uso em um bicicletário, a concessionária terá 90 dias para ampliar sua capacidade em pelo menos 25%.

O texto ainda sugere a instalação de vestiários, que podem conter duchas, além de paraciclos no entorno das estações, voltados à períodos de curta duração. 

Se infraestrutura gera demanda, o monitoramento dos dados de utilização dos bicicletários vem para comprovar a necessidade de políticas públicas voltadas ao transporte ativo e à intermodalidade. A forma como a bicicleta foi vista no edital deve servir como referência para futuras licitações.

Concessão das linhas Esmeralda e Diamante da CPTM

A Ciclocidade também contribuiu com propostas voltadas à intermodalidade na licitação

de R$ 3,2 bilhões referente à concessão das linhas 8 e 9 de trens da CPTM à CCR por 30 anos. O texto inicial não previa a inclusão de bicicletários nas obras, algo que vai contra a Lei SICLO de 2018.

Nós fizemos um mapeamento das estações que passariam por reforma e sugerimos a inclusão de bicicletários, caso não o tivessem. Também sugerimos a instalação de paraciclos em todas as estações e o fornecimento de dados para monitoramento contínuo do uso.

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