Câmara Temática de Bicicleta – Relato da reunião do dia 26/5
No encontro mais recente da Câmara Temática de Bicicleta, discutiram-se a revisão da diretriz de priorizar vias secundárias ao implantar as ciclovias, manutenção e recursos, a expansão das estruturas cicloviárias para as periferias da cidade, a compra de paraciclos pela Prefeitura e a inauguração das ciclovias nas avenidas Paulista e São João.
Estavam presentes os ciclistas membros da Câmara Temática, o Secretário Municipal de Transportes, Jilmar Tatto, com a assessoria do gabinete e a equipe de planejamento e operações da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
Veja abaixo um resumo dos pontos abordados.
Sobre a questão da manutenção das ciclovias: como está pensada, quais são os órgãos responsáveis e como priorizar a manutenção das estruturas como parte da implantação?
De acordo com Jilmar Tatto, a responsabilidade pela manutenção do sistema viário como um todo é das Subprefeituras, e isso inclui as ciclovias. Como encaminhamento, será articulada uma reunião com o Secretário de Coordenação das Subprefeituras e todos os subprefeitos para sistematizar melhor a manutenção e para detalhar os problemas relacionados às ciclovias e ciclofaixas.
Quanto à manutenção a cargo da Secretaria Municipal de Transportes (SMT) e da CET, um esforço está sendo realizado para solucionar os problemas. Um exemplo é a cobrança frente às empresas de sinalização e pintura de solo para repintar as ciclovias em locais onde a tintura não atendeu a requisitos iniciais da contratação. Tal manutenção, portanto, não geraria custos ao erário público.
A CET também está fazendo testes com um novo sistema de implantação que aplica cimento pigmentado direto na via, já com a tintura aplicada na massa, buscando resolver o problema de fissuras e buracos no solo junto ao da pintura. A expectativa é lançar uma licitação para a contratação desse serviço, de custo um pouco superior ao da implantação atual, mas cujos resultados imediatos e de longo prazo justificariam o investimento.
Sobre as diretrizes de implantação, como ficam as questões da priorização de vias secundárias ao implantar as estruturas e da conectividad entre elas?
Tatto explicou que já houve revisão das diretrizes originais. Com isso, o plano dos 400 km passou a priorizar locais onde há histórico de maior conflito em vez de vias secundárias. Tal priorização se dá especialmente em vias arteriais como a Avenida Paulista, Avenida Eliseu de Almeida, Rua Bernardino de Campos e Rua da Consolação.
Já o caso de traçados de ciclovias que se mostraram equivocados estão passando por mudanças – este é o caso da Chácara Santo Antônio, cuja demanda por seguir na Rua Alexandre Dumas, demanda dos ciclistas locais, será atendida.
Sobre a expansão do sistema, como as periferias serão priorizadas no restante do Plano dos 400 km e como podemos concatenar expansão sem perder qualidade? Como está o mapa e o cronograma de implantação?
Para responder a esta questão, o Secretário apresentou, juntamente com a Coordenadora do Departamento Cicloviário da CET, o mapa de implantação do restante dos 400 km. O mapa prioriza, ainda que de forma tímida, as vias arteriais que conectam as periferias ao centro da cidade. As conexões com o centro, especialmente as pontes, fazem parte do pacote de implantações prioritárias que compõe o restante do Plano dos 400 km.
Sobre a questão de recursos, Tatto explicou que a Prefeitura está em busca dos cerca de R$ 25 milhões para finalizar o Plano dos 400 km, sendo que a ideia é concluir a implantação ainda em 2015. Os ciclistas levantaram a questão da verba proveniente do Fundo de Desenvolvimento Urbano (Fundurb), que por lei deve ter 30% de seus recursos destinados à implantação de sistemas de transporte coletivo, cicloviário e de circulação de pedestres. Esta vinculação é uma importante conquista a partir da aprovação do novo Plano Diretor Estratégico. O tema terá novos desdobramentos daqui para frente.
Sobre a questão de paraciclos, a Secretaria Municipal de Transportes e a CET iniciaram implantação de 1 mil paraciclos da leva inicial da Ata de Registro de Preços publicada. Outros 3 mil serão adquiridos mediante compensação do Termo de Cooperação do sistema Bike Sampa, que não atingiu a meta de estações, e serão instalados de acordo com a demanda e o interesse dos ciclistas, levando em consideração centralidades, áreas comerciais e priorizando as ciclovias já implantadas.
Ainda esta semana, haverá a publicação de um manual de instalação de paraciclos. O objetivo é que qualquer paulistano possa instalar um na calçada e isentando quem o fizer de pagar a taxa (TPOV), antes cobrada pela CET.
Sobre as inaugurações, as obras das ciclovias da Avenida Paulista e Avenida São João estarão prontas na metade de junho. A exceção é o trecho da Bernardino de Campos, que ficará pronto em julho. Os ciclistas acharam melhor marcar a inauguração para julho, quando a ciclovia da Paulista estará completa, inclusive com a ligação da Bernardino de Campos com a Rua Vergueiro. De acordo com Tatto, os relógios públicos situados no meio da Avenida Paulista serão retirados e instalados nas calçadas, após acordo com a empresa que os opera.