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Consulta pública aberta para a maior contagem de ciclistas da história de São Paulo

Iniciativa é desdobramento do caderno “Monitoramento de viagens em bicicleta: Uma proposta para a cidade de São Paulo”, e de parceria com a Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito (SMT), CET, além de instituições brasileiras e internacionais

Foi lançada nesta terça-feira, 7 de março, uma consulta pública que servirá para a realização da maior contagem de ciclistas já feita na capital paulista. A iniciativa é uma parceria entre Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito (SMT), Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Ciclocidade – Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo, Bloomberg Philanthropies, CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina, Transformative Urban Mobility Initiative (TUMI) e o escritório de urbanismo Metrópole 1:1. 

As contagens terão início em abril e utilizarão como base 218 pontos mapeados pela Ciclocidade no caderno “Monitoramento de viagens em bicicleta: Uma proposta para a cidade de São Paulo”. Haydée Svab, uma das responsáveis pela pesquisa e elaboração do caderno, lembra que a cidade ainda não possui formas eficientes para monitorar o aumento de viagens em bicicleta: “atualmente, dependemos quase que exclusivamente da Pesquisa Origem e Destino para obtermos esses dados, e com um intervalo longo entre elas, de dez anos. Por outro lado, a cidade possui a meta de, até 2030, quintuplicar o número de viagens por dia em bicicletas – dos 0,8% da última Pesquisa OD para 4%”, explica. A meta citada pela pesquisadora consta no Plano de Ação Climática do Município de São Paulo 2020-2050 (PlanClima), publicado em 2021.

A Pesquisa Origem e Destino é realizada pelo Metrô e Secretaria de Transportes Metropolitanos (SMT) a cada 10 anos. Se considerada a Pesquisa de Mobilidade Urbana, de amostragem reduzida e promovida pelos mesmos órgãos no intervalo entre os levantamentos OD, pode-se dizer que a estimativa se dá a cada cinco anos. “Para uma grande metrópole como São Paulo, que possui objetivos tão ambiciosos, é necessário realizarmos este monitoramento de forma mais frequente, além de tornar o processo mais eficiente, principalmente para chegarmos também às regiões periféricas, onde historicamente a bicicleta sempre cumpriu um importante papel na locomoção”, comenta Tainá Pacheco, pesquisadora que também participou do estudo.

Para contribuir com a consulta pública, qualquer pessoa interessada pode preencher o formulário até o dia 19 de março. Nele, além de fazer comentários sobre um ou mais dos 218 pontos já mapeados na cidade, é possível ainda sugerir outros locais para a realização das contagens de ciclistas. Todas as recomendações serão analisadas e passarão por avaliações técnicas e de viabilidade.

De experiências internacionais a uma proposta para São Paulo

O estudo realizado pela Ciclocidade teve início em um benchmarking que analisou como Londres, Nova York, Cidade do México e Paris monitoram e divulgam dados sobre viagens em bicicleta e culminou na publicação do caderno “Como grandes cidades do mundo monitoram o aumento de viagens em bicicleta?”, produzido com a parceria da SMT e CET.

Após este intercâmbio, os esforços se focaram na criação de modelos estatísticos locais que fossem capazes de estimar com alguma confiança as tendências observadas nas ruas de São Paulo. A pesquisa utilizou dados da Pesquisa OD, do Strava Metro e de contagens da CET para chegar a um modelo aplicável na capital paulista, e foi conduzida entre 2021 e 2022 pela Ciclocidade em conjunto com a equipe do Departamento de Pesquisas e Simulações de Tráfego (DPT) da CET e da assessoria técnica da SMT, tendo o acompanhamento de parceiros do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP).

Acesse o formulário em e contribua para a construção de uma São Paulo cada vez mais ciclável!

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