Ciclocidade lança pesquisa com proposta para São Paulo monitorar de forma mais eficiente o número de viagens em bicicleta

Material servirá de insumo para que a prefeitura possa aprimorar a metodologia de contagens na capital

A Ciclocidade lançou nesta terça-feira, 4 de outubro, o caderno “Monitoramento de viagens em bicicleta: Uma proposta para a cidade de São Paulo”, material complementar ao benchmarking lançado em março de 2022, que analisou como esse trabalho é realizado em Londres, Nova York, Cidade do México e Paris. O estudo teve apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS) e da Eureka Coworking e contou com a parceria da Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito (SMT) e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).  

A pesquisa teve como principal objetivo fornecer insumos para responder a uma pergunta aparentemente simples: a quantidade de viagens em bicicletas nas ruas de São Paulo está aumentando? Atualmente, esses dados são obtidos através da Pesquisa Origem e Destino, feita a cada dez anos pelo Metrô e STM. Se considerada a Pesquisa de Mobilidade Urbana, de amostragem reduzida e no intervalo entre os levantamentos OD, pode-se dizer que a estimativa se dá a cada cinco anos.

O intervalo em que as informações sobre o número de viagens diárias feitas em bicicletas na capital são obtidas pode ser considerado longo, visto que a cidade possui metas expressivas de migração para esse modo de transporte. De acordo com o Plano de Ação Climática do Município de São Paulo 2020-2050 (PlanClima), por exemplo, o objetivo é quintuplicar o valor apurado em 2017, ano da mais recente Pesquisa OD – de 0,8% de viagens totais a 4% até o ano de 2030. Uma meta que demanda não só de mais frequência no monitoramento, mas também de formas mais eficientes de realizar as contagens.

Do benchmarking a uma proposta para São Paulo

Após a publicação do caderno de benchmarking “Como grandes cidades do mundo monitoram o aumento de viagens em bicicleta?”, foi possível compreender como esse tipo de monitoramento é realizado em outras metrópoles do porte da capital paulista que também reconhecem o papel da bicicleta como agente transformador no combate às emergências climáticas.

Paralelamente ao levantamento de métodos internacionais, os esforços se focaram na criação de modelos estatísticos locais que fossem capazes de estimar com alguma confiança as tendências observadas nas ruas de São Paulo. A pesquisa utilizou dados da Pesquisa OD, do Strava Metro e de contagens da CET para chegar a um modelo aplicável na capital paulista e foi conduzida entre 2021 e 2022 pela Ciclocidade em conjunto com a equipe do Departamento de Pesquisas e Simulações de Tráfego (DPT) da CET e da assessoria técnica da SMT, tendo o acompanhamento de parceiros do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP). 

Este trabalho teve continuidade em um evento híbrido, no mês de junho, no workshop feito em parceria com a Vital Strategies e com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS). O objetivo do encontro foi promover um intercâmbio sobre formas de monitoramento de viagens em bicicleta entre técnicos das cidades de São Paulo, Cidade do México, Londres e Nova York. Em um segundo momento, a associação pôde validar as propostas de caminhos possíveis para a capital paulista passar a fazer suas próprias estimativas. 

Participaram do evento, de forma presencial ou online, integrantes da Ciclocidade, Vital Strategies, Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito (SMT), Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Secretaria Municipal de Relações Internacionais (SMRI), Transport for London, New York State Department of Transportation, Secretaría de Movilidad de la CDMX, além de outros importantes atores. 

O material do caderno “Monitoramento de viagens em bicicleta: Uma proposta para a cidade de São Paulo” é um importante passo para a mobilidade por bicicletas na cidade. Segundo Tainá Souza Pacheco, associada da Ciclocidade que participou da pesquisa e da elaboração de seu conteúdo, o estudo mostrou que é possível usar os dados do Strava Metro em combinação com os dados da CET para ajudar no planejamento da mobilidade urbana. Além disso, evidenciou a necessidade de expandir as contagens da CET para as regiões mais periféricas da cidade. Só assim será possível aperfeiçoar os modelos estatísticos e ter uma visão completa da cidade. 

Confira abaixo a publicação:

Caderno “Monitoramento de viagens em bicicleta: Uma proposta para a cidade de São Paulo”

Caderno “Monitoramento de viagens em bicicleta: Uma proposta para a cidade de São Paulo” (versão web)

Anexos – Caderno “Monitoramento de viagens em bicicleta: Uma proposta para a cidade de São Paulo”

Veja também a pesquisa lançada na primeira fase do projeto:

 Caderno “Como grandes cidades do mundo monitoram o aumento de viagens em bicicleta?”

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