Relato da Reunião Geral da Ciclocidade – Agosto de 2017
A Reunião Geral de agosto da Ciclocidade aconteceu na última quarta-feira (9/8) e teve como pautas a apresentação da primeira minuta sobre a Política de Financiamento, a apresentação do projeto a ser realizado em parceria com a Iniciativa Global de Segurança Viária (Global Road Safety Partnership – GRSP) sobre redução de velocidades, discussões sobre o Mês da Mobilidade e informes gerais.
Apresentação da primeira minuta sobre a Política de Financiamento
No primeiro semestre de 2017, a Ciclocidade organizou três grandes reuniões de planejamento para alinhar sua atuação até junho de 2018. Parte desses encontros se dedicou a colher propostas, impressões e sugestões relacionadas a como a associação deve estabelecer uma política de financiamento. Para a Reunião Geral de agosto, a Diretoria revisitou as Regras de Ouro, as fontes de financiamento possíveis e não possíveis para elaborar uma primeira minuta de Política de Financiamento, apresentada durante esta reunião e que deve agora ser encaminhada a uma Assembleia Geral para aprovação.
Rene Fernandes, Diretor Financeiro, da Ciclocidade, começou a apresentação sobre a Política de Financiamento retomando o histórico de captação da associação. Durante a primeira gestão, que durou 3 anos, a captação provinha principalmente de associações e doações de pessoas físicas. Houve também patrocínios pontuais para as atividades de café-da-manhã de ciclistas, sendo que em uma delas teve até um boneco do Toddynho participando da ação.
Na segunda gestão, inicia-se o patrocínio institucional do Itaú, possibilitando a chegada de alguns quadros estáveis de profissionais: a comunicação e secretaria executiva. A dependência de uma única fonte de recursos, no entanto, inicia as discussões sobre a importância de diversificar a captação. É neste momento que entrou a terceira gestão da organização.
A Diretoria da Ciclocidade para o biênio 2016-2018 foi eleita tendo como metas diversificar as fontes de financiamento, ampliar a autonomia financeira da associação e diminuir a participação do apoio do Banco Itaú para até 50% do total até o fim de 2017. Para cumprir tais metas, buscaria fortalecer parcerias com organizações estratégicas e presença institucional, nacional e internacionalmente.
Daniel Guth, Diretor Geral, faz uma retomada do que foi discutido ao longo dos encontros de planejamento no primeiro semestre e que deram origem à primeira minuta sobre a Política de Financiamento. O consolidado revisado pode ser visto neste documento.
Segue-se um debate sobre se algumas fontes possíveis de financiamento devem ser ou não mudadas das colunas “pode”, “talvez” ou “não pode”, mas a conclusão é de que qualquer mudança neste momento desrespeitaria o acúmulo gerado nos encontros de planejamento e que é preciso pelo menos tentar esse novo caminho antes de fazer uma nova revisão.
Como encaminhamentos, ficaram fazer um encerramento apropriado e não renovar o patrocínio institucional atual, apresentar a versão final da Política de Financiamento, com melhor redação, em uma Assembleia Geral para aprovação e publicá-la em destaque no site da Ciclocidade.
Apresentação sobre o projeto GRSP
A Global Road Safety Partnership – GRSP (em português, Iniciativa Global de Segurança Viária), abre semestralmente editais voltados para segurança no trânsito em várias cidades do mundo. No Brasil, o edital é aberto para Fortaleza e São Paulo.
Em 2017, a Ciclocidade apresentou um projeto voltado para os temas de redução de velocidades e segurança de pedestres e acabou sendo o primeiro projeto a ser aprovado pela iniciativa a uma organização no Brasil. Flavio Soares, que coordenará o projeto pela Ciclocidade, apresentou um resumo da proposta aprovada, que tem parceria com a Cidadeapé e duração de 18 meses.
O projeto começará em outubro, com um amplo levantamento e cruzamento de dados e informações que formem de um panorama geral sobre a discussão de velocidades e mortes no trânsito, assim como quais impactos a política de redução de velocidades tem tido em São Paulo. Paralelamente a isso, serão iniciadas duas frentes de advocacy.
A primeira terá ênfase maior no Legislativo, onde buscaremos criar uma frente de vereadores em defesa da mobilidade a pé e por bicicletas na capital paulista. Este compromisso assume a forma da Carta de Compromisso com a Mobilidade Ativa, que pede que vereadoras e vereadoras atuem de forma a impedir que haja retrocessos nas conquistas relacionadas à mobilidade a pé e por bicicletas, respeitem as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, o Plano Municipal de Mobilidade Urbana e o Plano Diretor Estratégico, trabalhem pela redução de mortes no trânsito e defendam políticas de acalmamento de tráfego e redução de velocidades.
A segunda frente será um trabalho mais cuidadoso com a imprensa, buscando entender e, se preciso, transformar as mensagens que são veiculadas por ela. O objetivo é que as mortes no trânsito parem de ser banalizadas e entendidas socialmente como ‘aceitáveis’, quando deveriam ser alvo de planejamento constante e minucioso. Como parte dessa frente, faremos algumas campanhas de comunicação a partir de 2018.
A Ciclocidade também está em contato com outras organizações paulistas que estão participando do segundo edital aberto em 2017 pela GRSP, para que possamos trabalhar de forma complementar e, assim, somar esforços.
Mês da Mobilidade
Para o Mês da Mobilidade, avaliamos a possibilidade de designar ou mesmo contratar uma pessoa para que ficasse na função de coordenar as atividades previstas. Após breve debate, decidiu-se que o primeiro passo é a Diretoria avaliar a possibilidade financeira de fazer uma contratação. Em caso positivo, faria contato diretamente com tal pessoa ou abriria um chamado para pessoas próximas, que já conhecem como a associação funciona; em caso negativo, as atividades seguem como nos anos anteriores, em que não houve um ponto focal as coordenando.
Como atividades da Ciclocidade pensadas para setembro, estão:
- Relançamento da Frente pela Mobilidade Ativa na Câmara dos Vereadores;
- Abertura do primeiro edital do Fundo de Ações Locais;
- Contagens de ciclistas;
- Lançamento da fase 2 da campanha Bicicleta faz bem ao Comércio;
- Seminário Bicicleta e Comércio;
- Participação na feira Brasil Cycle Fair;
- Ciclodebate – Ciclistas e a segurança pública;
- Lançamento da plataforma Mobilidade Ativa, reformulada para ser um agregador de dados de ciclomobilidade
- 4ª Formação em Ciclomobilidade.
Na terça-feira (15/8), as diversas entidades que formam uma coalizão pela mobilidade urbana em São Paulo se reunirão para combinar uma agenda coletiva para o mês. De lá, sairemos com mais definições sobre as atividades que de fato acontecerão.
Demais informes de encerramento
- O GT Gênero da Ciclocidade está fazendo reuniões de planejamento internas e deve propor um projeto para o Fundo Elas;
- No domingo, dia 20/8, haverá eleições para a vaga no Conselho Municipal de Política Urbana (CMPU). Carlos Aranha é o conselheiro atual pela Ciclocidade e continuará participando do Conselho pelos próximos dois anos. Muda a suplência: Thiago Benicchio, ex-diretor da Ciclocidade, será substituído por Américo Sampaio, da Rede Nossa São Paulo;
- O GT Legislativo terá agenda cheia de visitas na sexta-feira (11/8) na Câmara de Vereadores. O relato dessas visitas acabou saindo antes desse aqui e pode ser visto neste link;
- Existe um Projeto de Lei que busca burocratizar a implantação de infraestrutura cicloviária na cidade. O PL está sendo apresentado por João Jorge (PSDB) e deve ser votado em primeira instância na Câmara dos Vereadores na quarta-feira, 16/8;
- O GT Bicicletas compartilhadas participou de audiência pública sobre o projeto de desestatização da gestão municipal e fez várias reuniões para compreender melhor os diferentes sistemas que estão em pauta;
- Precisamos retomar a agenda do Grupo de Trabalho com a Secretaria de Segurança Pública no Governo do Estado;
- Desde a última Reunião Geral, em maio, a Ciclocidade criou grupos de trabalho com a Secretaria Municipal de Esportes e com a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente.