Relatório da Contagem de Ciclistas no Largo do Socorro – Agosto/2018
C O N T A G E M D E C I C L I S T A S
Largo do Socorro
• terça-feira, 15 de agosto de 2018 •
• das 6h às 20h •
Clique para baixar o Relatório de Contagem em PDF. Clique para baixar o comparativo de contagens 2015 – 2018 |
INTRODUÇÃO
O Largo do Socorro, na zona sul de São Paulo, é um local de confluência de vias arteriais como a Av. Atlântica e Av. Guarapiranga de um lado e a Av. Vitor Manzini (continuação da Av. Washington Luís) de outro, divididas pela Ponte do Socorro. Sendo assim, é um local de passagem diário para milhares de moradores das zonas sul e sudoeste da cidade. O largo também é um dos pontos de acesso a uma das maiores ciclovias da cidade, a do Rio Pinheiros. O Bike Zona Sul e a Ciclocidade realizaram, pela segunda vez, uma contagem na região.
Um corredor de ônibus sem ciclovia foi implantado na Av. Guarapiranga no segundo semestre de 2014, enquanto a Ponte do Socorro recebeu um novo piso asfáltico recentemente e não conta com quaisquer redutores de velocidade.
O Largo do Socorro é um ponto muito complexo para se realizar uma contagem, como já apontado na primeira pesquisa realizada, em 2015. Mesmo com duas pessoas contando e se ajudando, ciclistas poderiam vir de 6 pontos diferentes, alguns dos quais ficavam parcialmente encobertos pelo grande fluxo de ônibus que atravessam as avenidas. É por tal motivo que o eixo sul, representado pelas Avenidas de Pinedo e Atlântica, teve de ser simplificado na folha de pesquisa como sendo apenas uma origem ou destino; da mesma forma, a pequena rua Alexandre de Gusmão, paralela à ciclovia do rio Pinheiros, teve de ser considerada conjuntamente com a Av. Guarapiranga.
Como um fator extra de complexidade, há uma ciclovia de duas mãos na Av. de Pinedo que se estende quase até o Largo do Socorro, mas não chega a conectar os dois pontos.
Nesta segunda contagem, o número de ciclistas diminuiu discretamente. Acreditamos que isso ocorreu devido ao mau tempo no dia da contagem.
O método utilizado para a contagem foi desenvolvido pela Associação Transporte Ativo, do Rio de Janeiro (www.transporteativo.org.br). Trata-se de uma planilha com um desenho esquemático do ponto de contagem, com espaços a serem preenchidos com a origem e o destino do ciclista, além de informações complementares, como acessórios, faixa etária, gênero, tipo de bicicleta etc.
LOCAL DA CONTAGEM
Canteiro central do Largo do Socorro.
RESULTADOS
NÚMERO TOTAL DE CICLISTAS |
933 |
Média de ciclistas por hora |
66,64 |
Média de ciclistas por minuto |
1,11 |
Número de ciclistas que passaram pelo cruzamento no período de 14 horas
Horários mais intensos de fluxo de ciclistas:
Período da manhã: de 6h às 8h, totalizando 214 ciclistas
Período da noite: de 16h às 18h, totalizando 191 ciclistas
COMPARATIVOS FLUXO E MÉDIA DE CICLISTAS
2015 E 2018
Nesta segunda contagem do Largo do Socorro, o número total de ciclistas que passaram pelo ponto da contagem, diminuiu discretamente. Em 2015 foram 952 ciclistas e em 2018, 933.
Uma das possibilidades foi o mal tempo. Em alguns momentos do dia, houve garoa e o clima era instável.
GRÁFICOS – ORIGENS E DESTINOS
Ilustração com o total de origens e destinos dos ciclistas.
GRÁFICOS – GÊNERO E FAIXA ETÁRIA
COMPARATIVOS GÊNERO – 2015 e 2018
O ambiente agressivo para ciclistas no Largo do Socorro torna a presença de mulheres e crianças/adolescentes uma visão rara, porém, comparado à contagem realizada em 2015, o número de mulheres aumentou, apesar do número total de ciclistas ter diminuído. Em 2015 foram 27 (3%) e em 2018 passaram 34 mulheres pelo ponto da contagem (4%).
GRÁFICOS – TIPOS DE BICICLETA
Estes números se mantiveram praticamente estáveis desde a contagem de 2015. Em 2018, apareceram as Yellow.
GRÁFICOS – MODO DE DESLOCAMENTO
As amplas vias com alto fluxo de veículos e de ônibus, a dificuldade em cruzar para o outro lado do Largo e a quase impossibilidade de atravessar a Ponte do Socorro fazem com que muitos ciclistas prefiram adotar uma postura cautelosa em vez de se arriscarem.
Tal atitude aparece nos números: praticamente a metade (41%) usa a calçada ou a contramão para completar seus trajetos. Comparados aos dados de 2015, este número baixou discretamente (47% na primeira contagem)
Esta foto ilustra uma situação típica, vivida cotidianamente por inúmeros ciclistas da região: é preciso passar pelo canteiro central para cruzar da ciclovia da Av. De Pinedo para o outro lado do Largo e ter acesso a uma das calçadas mais usadas na Ponte do Socorro, Ciclovia do Pinheiros ou mesmo pegar a via no sentido Guarapiranga. Trata-se de uma travessia demorada devido ao tempo dos semáforos.
Nas fotos acima, vemos a amplitude das cinco pistas de rolamento na Ponte do Socorro – destino principal dos ciclistas pela manhã e de onde a maioria se origina à tarde e noite.
GRÁFICOS – DADOS COMPLEMENTARES
Todos estes números estão muito parecidos aos da contagem de 2015.
EM NÚMEROS
Complementos |
nº de ciclistas |
% aproximada de ciclistas |
Na calçada |
227 |
24% |
Na contramão |
161 |
17% |
Mulheres ciclistas |
34 |
4% |
Criança/Adolescente |
10 |
1% |
Luzes |
88 |
26% |
Capacete |
267 |
29% |
Mochila/Bagagem |
449 |
48% |
Serviço/Cargueira/Triciclo |
32 |
3% |
Bicicleta Elétrica |
5 |
1% |
Skates |
5 |
1% |
Yellow |
5 |
1% |
ASPECTOS TERRITORIAIS – LOCAL DA CONTAGEM E ARREDORES
TIPO DE ESTRUTURA CICLOVIÁRIA
No local, existem duas estruturas: a ciclofaixa na Av. de Pinedo, estrutura no bordo da via que leva até a Ciclovia da Av. Atlântica, parte em canteiro central e outra parte sobre a calçada, que por sua vez, leva a bairros como Interlagos, Rio Bonito, Cidade Dutra, sendo uma rota muito utilizada também por quem segue em direção ao Grajaú, Vila São José, Varginha, etc. O Largo do Socorro também possui acesso a Ciclovia Rio Pinheiros (Margem Oeste), estrutura construída pelo governo estadual, que leva os cidadãos que usam a bicicleta ao trabalho até a Ponte Cidade Jardim, tendo acessos no Terminal Guido Caloi (Estação Sto. Amaro do Metrô), na Ponte João Dias, sendo apenas para travessia entre as ciclovias que margeiam o rio e ao final da estrutura na Ponte Cidade Jardim.
NÚMERO DE FAIXAS DE TRÁFEGO MOTORIZADO
Ponte do Socorro – sentido Centro: 5 faixas (1 corredor de ônibus)
Ponte do Socorro – sentido bairro: 5 faixas (1 corredor de ônibus)
Av. Guarapiranga – sentido Centro: 4 faixas (1 corredor de ônibus)
Av. Guarapiranga – sentido bairro: 3 faixas (1 corredor de ônibus)
Av. Atlântica – sentido Centro: 4 faixas (1 corredor de ônibus)
Av. Atlântica – sentido bairro: 2 faixas (1 corredor de ônibus)
Av. de Pinedo – apenas sentido bairro: 3 faixas
VELOCIDADE REGULAMENTADA NA VIA
50km/h
CONEXÕES
- Transporte Público
Proximidade com a Estação Socorro. O Largo do Socorro também é um importante ponto entroncamento de corredores de ônibus, onde passam milhares de pessoas em linhas com destino ao Terminal Santo Amaro, Terminal Guarapiranga, Terminal Jd. Ângela, Terminal Grajaú, Terminal Varginha e outros.
- Outras Infraestruturas Cicloviárias
No entorno, há poucas estruturas como bicicletários, por exemplo. Os mais próximos existem no Terminal Guarapiranga, Terminal Santo Amaro e Estação Jurubatuba da CPTM. Por incrível que pareça, a Estação Santo Amaro do Metrô não possui nenhuma estrutura para o estacionamento de bicicletas, onde há uma grande demanda por conta da Ciclovia Rio Pinheiros, que possibilitaria a intermodalidade.
- Equipamentos Culturais, de Lazer, Educacionais, de Saúde etc.
Apesar do potencial, o Largo do Socorro não há espaços de lazer, educacionais e cultura. No local, há apenas uma clínica particular e uma igreja histórica, marco da região.
USO DO SOLO
A região é formada basicamente por comércio e serviços diversos nas grandes avenidas e algumas comunidades. No entorno há residências e indústrias.
ARBORIZAÇÃO
O nível de arborização é baixo, sendo restringido a poucas árvores e arbustos no canteiro central da Av. Guarapiranga e na pequena praça do largo em frente ao acesso da Ciclovia Rio Pinheiros.
CALÇAMENTO
Após reforma do corredor de ônibus Sto. Amaro – Jd. Ângela a região ganhou a reforma das calçadas, no entanto, a Av. de Pinedo continua com péssimo calçamento e guias não-rebaixadas.
Realização
CICLOCIDADE – Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo
contato@ciclocidade.org.br
Coordenadora geral: Tais Balieiro
Coordenadores locais: Paulo Alves – Bike Zona Sul – www.bikezonasul.org
Colaboradores voluntários:
Henrique Beckmann
Ângelo Lima Anjos
Patrícia Mc Carthy
Francineide Veloso
Emerson Oliveira Sena
João Bosco
Sofia Schoupal
Amélia Rodrigues
Cristiane Dezidério
Dionizio Bueno
Fabiano Silva
Junior Alves
Kelly Christiane Silva
Esta contagem foi feita de acordo com metodologia desenvolvida pela
Associação Transporte Ativo