ReuniaoGeral Outubro2017a

Relato sobre a Reunião Geral de Outubro, sobre perspectivas de mudanças na Ciclocidade

 

ReuniaoGeral Outubro2017a

 

A Reunião Geral de outubro aconteceu ontem (4/10) em uma sala dentro do Greenpeace, que gentilmente nos concedeu o espaço, com o objetivo de dar um panorama geral sobre as atividades e a organização da associação, além de abrir espaço para ouvir os desejos de mudança na gestão, vindo das e dos associados.

Estiveram presentes Adriana Marmo, Albert Pellegrini, Aline Cavalcante, André Leme, Beni Fisch, Cicero Soares, Cyra Malta, Eduardo Lage, Fabio Walker, Flavio Soares, George Queiroz, Lucas Cividanes, Lydia Brasil, Makoto Ando, Marcela Duarte, Michel Will, Rene Fernandes e Yuri Vasquez.

 

A organização da Ciclocidade hoje

O diretor em exercício Rene José Rodrigues Fernandes abriu a reunião dando um panorama geral sobre o funcionamento da associação, revezando falas com representantes de GTs, coordenadores de projeto e componentes da Diretoria para abordar assuntos específicos. Os slides específicos da apresentação podem ser vistos abaixo e a apresentação completa pode ser baixada em PDF neste link.

Neste momento, a Diretoria de Pesquisa está começando a atualização da pesquisa Perfil de quem usa a bicicleta em São Paulo, originalmente realizada em 2015, além de tocar as contagens de ciclistas.

A Diretoria de Cultura acabou de terminar o relatório completo da pesquisa de Perfil de Grupos de Pedal da Grande São Paulo e está elaborando uma proposta para o Parque das Bicicletas (dentro de um Grupo de Trabalho com a Secretaria Municipal de Esportes). Para os próximos meses, começa a planejar a nova edição da Formação em Ciclomobilidade, a retomada da proposta dos Ciclodebates (que já tem projeto escrito e orçado) e a criação do Fundo de Ações Locais, com a verba restante do Bicicultura 2016. Michel Will, diretor de Cultura, fez a apresentação.

Já as atividades do Mês da Mobilidade foram compostas principalmente, devido ao Bicicultura 2017, no Recife, por participações em eventos. A Ciclocidade participou do seminário “Economia, Comércio e Mobilidade Ativa”, promovido pela Bloomberg Philantropies; de audiência pública na Vila Prudente para defender a infraestrutura cicloviária da região; do evento “Diálogos para sustentabilidade”, em Poços de Caldas/MG; com duas “Cycle Talks” durante a Brasil Cycle Fair; de um bate papo ao vivo sobre a importância dos grupos de pedal, realizado em parceria com o Bike é Legal; e de um debate sobre bicicletas compartilhadas promovido pelo IAB/SP. Aline Cavalcante, coordenadora das atividades do mês da mobilidade, fez a apresentação.

O único evento que realmente organizamos foram as rodas de conversa de encerramento do Mês da Mobilidade, sobre “Violência de Gênero no mês da mobilidade” e “O que está acontecendo com a bicicleta em São Paulo?”.

A virada de setembro para outubro também viu o início das atividades do projeto Bicicleta faz bem ao Comércio e do projeto sobre redução de velocidades e de mortes de pedestres e ciclistas, financiado pela Iniciativa Global de Segurança Viária (GRSP). Rene Fernandes falou do primeiro projeto, Flavio Soares do segundo.

Em seguida, vários representantes de Grupos de Trabalho deram informes breves sobre suas atuações:

  • GT Ciclovias e Câmara Temática no Conselho Municipal de Transportes e Trânsito (CMTT): tem tido dificuldades para que a Câmara Temática funcione como foi pensada, como um órgão que tenha voz ativa e efetiva na construção de uma política cicloviária para São Paulo;
  • GT Legislativo: fez uma frente para colher novas assinaturas para a Carta de Compromisso com a Mobilidade Ativa. Hoje há 9 vereadoras e vereadores signatários, o que começa a constituir uma bancada de defesa da mobilidade ativa na Câmara;
  • GT Segurança Pública: tem trabalhado bastante com a Secretaria de Segurança Pública para analisar locais de grande incidência de furtos e roubos, além de buscar melhor destino para bicicletas apreendidas e paradas nas delegacias, melhoria na forma como os Boletins de Ocorrência eletrônicos são feitos e fez uma pesquisa que identificou um índice de subnotificação relacionada ao registro em BOs sobre roubos e furtos de bicicleta em cerca de 50% dos casos;
  • GT Bicicletas Compartilhadas: teve grande participação, com muitas reuniões com stakeholders, poder público e operadores para entender os dois modelos que estavam sendo propostos pela Prefeitura. Uma vez publicado o Decreto que oficializa o modelo de credenciamento (OTTC) de empresas para operar o sistema de bicicletas compartilhadas, a briga agora é por uma boa regulamentação, já que o texto publicado é extremamente vago;
  • GT Gênero: escreveu um edital para o Fundo Elas, buscando começar a trabalhar com mulheres ciclistas da periferia. Está participando também de uma coalizão de mulheres, capiteneada pela WRI Brasil;
  • GT Contagens de Ciclistas: fez uma contagem hoje na Radial Leste (resultados devem sair em breve), mas é preciso haver uma discussão melhor sobre quais serão os novos pontos e quais os critérios de escolha para novos pontos de contagens;
  • GT Associação: acabou de terminar a pesquisa com ex-associades, para tentar entender o porquê tais pessoas decidiram não renovar sua associação. O GT também conversa com outro grupo, que está revendo qual a melhor ferramenta para a criação de um canal de comunicação horizontal dentro da associação, para que pessoas associadas possam se comunicar diretamente.

Durante a apresentação, representantes do GT Gênero trouxeram à discussão que o questionamento sobre a permanência do ex-diretor geral como associado da Ciclocidade. O tema havia sido sugerido, durante a última Reunião Geral Extraordinária, como pauta da próxima Assembleia Geral Extraordinária, a ser realizada este sábado para a recomposição da Diretoria. O diretor em exercício comentou que tal situação (expulsão de associados) é prevista no Estatuto e que não é assunto de assembleia, mas de Diretoria. Ficou acordado que o tema será levado à nova diretoria, assim que empossada.

Finalmente, um último slide mostrou a situação financeira atual da associação. Os gastos médios mensais estão hoje na faixa de R$ 5,9 mil, o que possibilitaria à Ciclocidade se manter, sem nova captação, até fevereiro de 2019. Caso seja feito o aluguel de uma sala para trabalho, um custo avaliado em média em 1,7 mil/mês, a associação seria capaz de se manter até outubro de 2018 sem nova captação e sem novos gastos não previstos.

 

 

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Desejos de mudança

A segunda parte da reunião abriu espaço para expectativas relacionadas a mudanças na gestão da associação. Algumas diretrizes principais já haviam surgido durantes as reuniões abertas de planejamento, tais como a mudança para uma Ciclocidade mais feminina, mais descentralizada e territorializada, que acolhesse mais, ouvisse mais os outros movimentos de bicicleta e que atuasse também junto a diferentes movimentos sociais. Segue abaixo um registro das principais falas:

Marcela Duarte – Acho que esses nove meses são o momento para arrumar a casa, então minha expectativa para a próxima diretoria é parar e arrumar a casa, mesmo que isso signifique diminuir o ritmo das ações da Ciclocidade. Por isso, acho que é importante que nesse período seja refeito o estatuto da Ciclocidade, que seja feito um forte trabalho voltado aos associados e que seja implementado o canal de comunicação da Ciclocidade com os associados para que de fato haja a possibilidade de participação de todos.

Aline Cavalcante – Sinto que esses próximos nove meses têm um papel fundamental no sentido de impulsionar o ambiente de transição de práticas e processos que a gente tanto pede, em busca de uma diretoria mais aberta, transparente, diversa e participativa. Para isso acontecer é importantíssima a participação de todas e todos, com comprometimento real diante desse enorme desafio. Além disso, precisamos buscar mais pessoas novas pra acompanhar de perto como é na prática a gestão da Ciclocidade, precisamos criar mecanismos de compartilhar essas informações para termos mais gente disposta e empoderada a tocar os trabalhos quando for o momento de reeleger uma nova diretoria.

Adriana Marmo – Espero que esse momento de mudança venha com menos certezas, mais acolhimento e mais capacidade de abertura e ouvir as todas as vozes. Além disso, eu sei que é um momento especial, mas a gente precisa desviar um pouco o olhar do nosso umbigo (estamos com quase um ano de discussões) e olhar pra fora!

Dionizio Bueno – Sugiro parar de chamar a Diretoria de Expandida e começar a chamar todas as pessoas apenas de ‘Diretoria’, para que não haja uma distinção entre ambas. Também acharia interessante haver uma figura de uma/um assistente-adjunto (ou “pessoa de apoio”, o nome não é importante), para cada diretor. Essa pessoa poderia auxiliar a diretora ou diretor em sua função e este modelo poderia ser testado nestes próximos nove meses. Importante dizer que essa pessoa de apoio não seria uma ‘suplente’, que implica na ausência da principal, que ocupa o cargo.

Além dessas falas, Yuri Vasquez, Michel Will e Rene Fernandes comentaram sobre ter uma Formação em Ciclomobilidade continuada, que converse com os Ciclodebates (que precisam ser retomados) e sobre a importância de fazer formações em gestão para novas lideranças dentro da associação.

 

Slides da apresentação sobre a Ciclocidade

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