Relatório de Contagem de Ciclistas – Av. Eliseu de Almeida 2016
Av. Eliseu de Almeida
Quarta-feira, 17 de agosto de 2016
Das 6h às 20h
Clique para baixar o Relatório de Contagem em PDF. Clique para baixar a Planilha com os Dados Brutos em XLSX Clique para baixar o comparativo 2010, 2012, 2014, 2015 e 2016. |
INTRODUÇÃO
A ciclovia ao longo das avenidas Eliseu de Almeida e Pirajussara é uma conquista de toda a cidade. A Ciclocidade vem batalhando pela implantação da estrutura desde 2010, quando fizemos o primeiro levantamento de ciclistas no local. Esta é a quinta contagem realizada neste ponto e que registra, mais uma vez, aumento considerável de ciclistas, além de mudanças no perfil de quem pedala na região e ganhos notáveis na melhoria urbana do entorno.
A ciclovia chega até o município de Taboão da Serra e faz conexão com a Linha 4 (Amarela) do Metrô, na estação Butantã. Nas primeiras contagens não havia estrutura cicloviária. Em 2014, a implantação era parcial. Em 2015, pudemos observar a influência da ciclovia finalizada no fluxo de ciclistas e, em 2016, foi entregue a ciclovia das Avenidas Deputado Jacob Salvador Sveibil e João Saad, que conecta com a ciclovia da Eliseu, exatamente no ponto de contagem.
Com dois anos de funcionamento, a ciclovia da Eliseu de Almeida é a terceira da cidade nas quais fizemos contagens com maior uso, registrando 1.810 ciclistas entre as 6h e 20h. Ela fica atrás apenas da Av. Paulista (2.112) e Faria Lima (1.941) e à frente, por exemplo, da ciclovia da Berrini (1.510). Com relação ao ano passado (1.245), tal número significa um aumento de impressionantes 45% no volume de ciclistas.
Outra boa notícia é que seu uso por mulheres vem aumentando junto ao volume de ciclistas, fazendo com que mantenham a relativamente “alta” proporção de 11% – nos lugares da cidade onde há mais ciclistas mulheres, a taxa é de 14%, enquanto em zonas periféricas fica entre 2 e 3%.
Já o número de crianças e adolescentes registra uma pequena e constante alta de 1% a cada contagem nos últimos 4 anos, saindo de 1% em 2012 e chegando a 4% em 2016. Esta é uma proporção curiosa, pois é intermediária entre o que observamos em contagens nas zonas periféricas (onde chega a 8%) e zonas centrais com infraestrutura cicloviária (0% a 2%). Talvez, a Eliseu de Almeida esteja apontando o começo do uso de ciclovias por adolescentes, algo até então raro na cidade ou, pelo menos, em nossos pontos de contagem.
Esta contagem comprova novamente que a construção de infraestrutura cicloviária democratiza o espaço urbano, possibilitando não apenas o aumento do número de usuários, mas também sua diversificação (socioeconômica, de gênero, de idade etc).
O método utilizado para a contagem foi desenvolvido pela Associação Transporte Ativo, do Rio de Janeiro (www.transporteativo.org.br). Trata-se de uma planilha com um desenho esquemático do local, com espaços a serem preenchidos com a origem e destino do ciclista, além de informações complementares como acessórios, faixa etária, gênero, tipo de bicicleta, etc.
LOCAL DA CONTAGEM
Av. Eliseu de Almeida, altura do n° 1.550, cruzamento com a Av. Dep. Jacob Salvador Sveibil.
RESULTADOS
NÚMERO TOTAL DE CICLISTAS: 1.810
Média de ciclistas por hora: 129,29
Média de ciclistas por minuto: 2,15
Número de ciclistas que passaram pelo cruzamento no período de 14 horas
Horários mais intensos de fluxo de ciclistas:
Período da manhã: de 6h às 8h, totalizando 372 ciclistas
Período da noite: de 18h às 20h, totalizando 468 ciclistas
COMPARATIVOS FLUXO E MÉDIA DE CICLISTAS
2010, 2012, 2014, 2015 E 2016
Observação para a interpretação dos gráficos: Em junho de 2014 acontece a inauguração parcial da ciclovia na Av. Eliseu de Almeida. A contagem daquele ano, realizada em setembro, começa a refletir sua influência. A contagem de maio de 2015 acontece após a conclusão da obra, ao início de 2015. No início de 2016 já estava concluída a ciclovia da Av. Jorge João Saad, que chega até o Estádio do Morumbi.
GRÁFICOS – ORIGENS E DESTINOS
Ilustração com o total de origens e destinos dos ciclistas.
GRÁFICOS – GÊNERO E FAIXA ETÁRIA
Uma estrutura cicloviária segura atrai mais ciclistas, principalmente mulheres e crianças. O aumento do número de mulheres pedalando é um dos dados mais notáveis no histórico de contagens da Eliseu de Almeida. Mulheres de todas as idades indo ao trabalho, acompanhando os filhos à escola, fazendo exercícios ou mesmo garotas indo à escola.
Nesta contagem, o número de mulheres em bicicleta cresceu junto com o número de ciclistas, mantendo a porcentagem de 11% registrada no levantamento passado. Já a proporção de crianças e adolescentes tem registrado um pequeno aumento nas últimas quatro contagens, subindo de 1% em 2012 até chegar nos 4% atuais.
COMPARATIVOS GÊNERO – 2010, 2012, 2014, 2015 e 2016
COMPARATIVOS CRIANÇAS / ADOLESCENTES
2010, 2012, 2014, 2015 e 2016
GRÁFICOS – TIPOS DE BICICLETA
Mais uma vez, há um fluxo bastante baixo de bicicletas cargueiras ou de serviço, o que comprova a característica da ciclovia como “corredor” de ligação entre Taboão da Serra e o Centro de São Paulo. Não há ainda, na região, comércio local que justifique o uso de cargueiras.
Ainda que seja baixo, o número de skatistas praticamente dobrou de 2015 para 2016. Pelas fotos, nota-se o uso de skates por jovens em seu percurso à escola.
Não há estações de bicicletas compartilhadas na região, como Bike Sampa.
COMPARATIVOS TIPOS DE BICICLETA
2010, 2012, 2014 e 2015
GRÁFICOS – MODO DE DESLOCAMENTO
A implantação da ciclovia, iniciada em 2014 e finalizada em 2015, responde por uma queda brutal na incidência de ciclistas usando a contramão ou a calçada para se deslocar – hoje, ambas as porcentagens são inferiores a 1%.
Já o número de ciclistas “Fora da ciclovia” aumentou de 1% para 3% com relação à contagem anterior, realizada em 2015, mas por um motivo muito interessante. Muitos ciclistas que vêm da ciclovia da Eliseu de Almeida usam um atalho, uma curta via local que passa em frente ao Shopping Butantã, para chegar à ciclovia da Jacobe Salvador Zveibil. Trata-se de um desvio de meia quadra da rota demarcada, mas que muitas vezes significa ganhar tempo de semáforo. A rota é destacada no mapa abaixo, em azul.
Atalho usado para sair da ciclovia da Eliseu de Almeida e chegar à da Jacobe Zveibil
COMPARATIVOS MODO DE DESLOCAMENTO
2010, 2012, 2014 e 2015
GRÁFICOS – DADOS COMPLEMENTARES
O uso de capacete tem se mantido praticamente constante nas últimas quatro contagens (2012, 2014, 2015 e 2016). O uso de luzes nos períodos entre 6h-8h e 17h-20h diminuiu em comparação às contagens de 2014 e 2015: a proporção deste ano ficou na faixa dos 17%, em 2014 e 2015 estava na faixa dos 22%.
No caso de ciclistas com mochila/bagagem, os dados são praticamente os mesmos do ano passado: 66% em 2016, 68% em 2015.
ASPECTOS TERRITORIAIS – LOCAL DA CONTAGEM E ARREDORES
TIPO DE ESTRUTURA CICLOVIÁRIA
Ciclovia no canteiro central, segmentada das faixas de tráfego motorizado, com sinalização vertical e horizontal. Em vários trechos, a ciclovia é elevada do nível das faixas de rodagem pois está sob o córrego canalizado Pirajussara.
NÚMERO DE FAIXAS DE TRÁFEGO MOTORIZADO
Três faixas de tráfego motorizado de cada lado, sendo uma delas corredor exclusivo de ônibus no período das 6h às 20h, de segunda à sexta e das 6h às 14h aos sábados.
VELOCIDADE REGULAMENTADA NA VIA
A velocidade regulamentada na Avenida Eliseu de Almeida é de 50 Km por hora. Não há radares ou fiscalização permanentes, facilitando o não cumprimento deste limite por parte dos condutores de automóveis e ônibus.
CONEXÕES
Transporte Público
A ciclovia está conectada com a estação Butantã da linha 4 do metrô e o terminal de ônibus desta mesma estação.
Outras Infraestruturas Cicloviárias
O ponto da contagem localiza-se justamente na conexão da ciclovia da Av. Eliseu de Almeida com a recém inaugurada ciclovia das Avenidas Deputado Jacob Salvador Sveibil e João Saad, que chega até o Estádio do Morumbi.
Cruzamento com a ciclovia das Avenidas Deputado Jabob Salvador Sveibil e João Saad
Equipamentos Culturais, de Lazer, Educacionais, de Saúde etc.
Ao longo da ciclovia, há algumas escolas, o que pode justificar o aumento, a cada ano, de jovens utilizando esta infra estrutura e de mães e pais levando seus filhos em cadeirinhas ou “garupa”. Há um shopping center e intenso comércio de venda de automóveis. Há um centro cultural a cerca de 1Km do ponto da contagem. Há um posto de saúde a cerca de 1Km do ponto da contagem. O recente inaugurado Parque do Jóquei, com acesso pela Eliseu, aumentou a presença de ciclistas nos finais de semana.
USO DO SOLO
Ao longo da Avenida Eliseu de Almeida, prevalece o comércio, principalmente de automóveis usados. Também há uso residencial, porém este se concentra mais para dentro dos bairros que beiram a avenida, como Previdência, Caxingui, Vila Sônia, etc. Há muitos imóveis vazios.
ARBORIZAÇÃO
Quando o primeiro trecho de ciclovia foi inaugurado na Eliseu, um movimento espontâneo de moradores plantou árvores em vários trechos da avenida. No entanto, tais árvores foram retiradas pela subprefeitura, que alegou não serem para um canteiro central elevado sob um córrego. Com pressão contínua da sociedade, a ciclovia acabou recebendo – desta vez, com apoio oficial – outros dois grandes plantios de mudas adequadas àquelas características. Com mais de 250 mudas plantadas, o aspecto da ciclovia é hoje muito mais agradável.
Houve certa preocupação com o projeto paisagístico ao longo da ciclovia. Foram implantados algumas pérgolas para o plantio de trepadeiras e, em alguns pontos, forrações diversas. Vale destacar que a Avenida Eliseu de Almeida é muito movimentada, ruidosa, com tráfego de caminhões e ônibus e um aspecto de degradação em vários pontos.
CALÇAMENTO
O calçamento é precário e degradado. A maioria dos pedestres que circulam pela região, utilizam a ciclovia.
Realização
CICLOCIDADE – Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo
www.ciclocidade.org.br
contato@ciclocidade.org.br
Coordenadora geral: Tais Balieiro
Coordenador local: Fabio Miyata
Colaboradores voluntários:
Fabio Miyata
Flavio Soares
Marcelo Mig
Clara Grillo
Daniel Guth
Paulo Roberto Ferreira
Poliane Lys
Francisco Bodião
Esta contagem foi feita de acordo com metodologia desenvolvida pela
Associação Transporte Ativo
www.ta.org.br