Relatório de Contagem de Ciclistas – Av. Eng. Luís Carlos Berrini 2016
Av. Eng. Luís Carlos Berrini
Sexta-feira, 24 de junho de 2016
Das 6h às 20h
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INTRODUÇÃO
Inaugurada em janeiro de 2016, a ciclovia da Av. Eng. Luís Carlos Berrini atende a um dos mais famosos eixos empresariais de São Paulo e acompanha um corredor de ônibus implantado em dezembro de 2015. Bastante arborizada e com apenas 6 meses de uso, ela já é o terceiro ponto de contagem com maior volume de ciclistas, somando 1.510 bicicletas entre às 6h e 20h, horário em que fazemos o levantamento. Apenas as ciclovias da Av. Paulista e da Av. Faria Lima apresentam números maiores.
A ciclovia da Berrini é um importante eixo de ligação da Zona Sul com a Zona Oeste, sendo possível usá-la para chegar, via suas continuidades, ao centro da cidade ou à Ceagesp, passando por bairros como Pinheiros e Vila Madelena por trajetos que podem ser feitos hoje praticamente inteiros por ciclovias ou ciclofaixas.
Logo após sua implantação, ela já se tornou uma das principais rotas para chegar ao extremo sul de bicicleta, seguindo paralelamente à Marginal Pinheiros em um trajeto bastante atraente, segregado e retilíneo, características muito desejadas por quem quer utilizar a bicicleta no dia a dia.
No trecho sul, a ciclovia prossegue pela Av. Dr. Chucri Zaidan, que deverá receber uma extensão até a Av. João Dias e uma conexão com a Ponte Laguna, sendo necessário ainda haver continuidade dessas estruturas até os bairros de Santo Amaro e Socorro. Isso consolidaria a conexão das regiões periferias com uma região empresarial, passando por diversos pontos de interesse como escritórios, comércios, escolas, shoppings etc.
O local de contagem escolhido fica quase abaixo da ponte da Av. dos Bandeirantes, bem no eixo de ligação que vai para a Zona Oeste da capital. É interessante observar que o fluxo de ciclistas ali é composto principalmente por pessoas que se deslocam do ou para os destinos Brooklin e Vila Olímpia, ficando equilibrado ao longo de praticamente todo o dia entre ambos.
O método utilizado para a contagem foi desenvolvido pela Associação Transporte Ativo, do Rio de Janeiro (www.transporteativo.org.br). Trata-se de uma planilha com um desenho esquemático do ponto de contagem, com espaços a serem preenchidos com a origem e o destino do ciclista, além de informações complementares, como acessórios, faixa etária, gênero, tipo de bicicleta etc.
LOCAL DA CONTAGEM
Av. Engenheiro Luis Carlos Berrini, altura da Praça do Cancioneiro.
RESULTADOS
NÚMERO TOTAL DE CICLISTAS: 1.510
Média de ciclistas por hora: 107,86
Média de ciclistas por minuto: 1,80
Número de ciclistas que passaram pelo cruzamento no período de 14 horas
Horários mais intensos de fluxo de ciclistas:
Período da manhã: das 8h às 10h, totalizando 304 ciclistas
Período da noite: das 18h às 20h, totalizando 383 ciclistas
GRÁFICOS – ORIGENS E DESTINOS
Ilustração com o total de origens e destinos dos ciclistas.
GRÁFICOS – GÊNERO E FAIXA ETÁRIA
A porcentagem de ciclistas mulheres (11%) na ciclovia da Berrini é similar ao de outros locais onde há infraestrutura cicloviária implantada. Nestes pontos, a gradação tem ficado entre 9% e 14% em nosso histórico de contagens; em regiões periféricas onde não há infraestrutura, esta porcentagem fica entre 2% e 3%. Já o fluxo de mulheres ciclistas acompanha de forma fiel o fluxo de ciclistas como um todo, apresentando picos em dois momentos: entre às 8h e 10h da manhã e entre às 16h e 20h.
Com relação à faixa etária, o 1% de crianças e adolescentes registrado segue também o que temos visto em outros locais centrais, cujo valor tende a ficar sempre abaixo dos 3%. As exceções, segundo nosso histórico de contagens, são justamente duas regiões periféricas: Heliópolis, com 7%, e Inajar de Souza, com 8%.
GRÁFICOS – TIPOS DE BICICLETA
Além de já registrar o terceiro maior volume de ciclistas de todas as nossas contagens, a ciclovia da Berrini também divide a segunda colocação na presença de bicicletas compartilhadas com a Av. Paulista, perdendo apenas para a Av. Faria Lima (ambas com infraestrutura cicloviária implantadas).
Deve ser observado, no entanto, que este número é provavelmente maior. Isso porque ao gerarmos a folha de contagem usada pelas voluntárias e voluntários, não colocamos o campo para registro de bicicletas compartilhadas, o que fez com que os primeiros turnos não as computassem. Embora tenhamos notado a falha e passado a anotar sua presença, tal número deve ser um pouco maior.
A ciclovia da Berrini é hoje o ponto de contagem onde há a maior ocorrência de bicicletas elétricas, com 2%. Ainda que a porcentagem pareça baixa, ela é superior à da ciclovia da Faria Lima (1,8%), ciclofaixa da Vergueiro (1,7%) e ciclovia da Paulista (1,2%), que são os outros pontos onde as bicicletas elétricas aparecem com proporção acima de 1%.
No caso das bicicletas de serviço, a ocorrência (1%) é uma das três menores, ficando à frente apenas da Ponte da Cidade Universitária (0%) e ciclovia da Av. Eliseu de Almeida (0,6%), o que demonstra um potencial para entregas expressas ainda pouco aproveitado na região. Skates, patins e patinetes não se destacam com relação aos outros pontos de contagem.
GRÁFICOS – MODO DE DESLOCAMENTO
O gráfico referente a ciclistas fora da ciclovia requer uma explicação importante. O ponto escolhido para fazer a contagem era exatamente em frente a um bloqueio feito por cones à via de acesso à Marginal Pinheiros. Isso significou que muitos ciclistas não seguiam pela ciclovia naquele trecho, preferindo pedalar por cerca de 30 metros pela rua, protegidos pelos cones, para retornar à infraestrutura logo à frente. Como a ciclovia neste local faz um ligeiro desvio, a escolha por seguir por fora da estrutura com a proteção dos cones foi natural para algumas pessoas.
Intervenções na via, manifestações, acidentes ou chuvas são acontecimentos incontroláveis e que podem se fazer presentes em qualquer contagem. É por isso que sinalizamos nos relatórios quando uma destas ocorrências podem influenciar no número registrado – este é um dos casos. O número de ciclistas fora da ciclovia neste dia específico não pode, portanto, ser visto como prática comum, ser generalizado para outros dias ou trechos da mesma ciclovia ou mesmo indicar uma falha de projeto.
Já os baixíssimos números de ciclistas na contramão (2%) ou na calçada (1%) seguem o que temos visto em outros pontos de contagem, após a implantação de infraestrutura cicloviária.
Imagens ilustrativas do desvio que inflou os dados sobre ciclistas fora da ciclovia
GRÁFICOS – DADOS COMPLEMENTARES
A ciclovia da Berrini apresenta uma proporção equilibrada de ciclistas que usam ou não capacete ou luzes nos períodos em que estas são necessárias.
Com relação a ciclistas levando mochilas ou bagagens, a ciclovia da Berrini é, junto com a da Av. Eliseu de Almeida, o ponto onde há a maior ocorrência, registrando 68%. A taxa de ciclistas com mochilas ou bagagem costuma ficar sempre acima dos 45%, sendo a única exceção o ponto de contagem de Heliópolis, onde houve apenas 24% de ciclistas carregando algo.
Realização
CICLOCIDADE – Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo
www.ciclocidade.org.br
contato@ciclocidade.org.br
Coordenadora geral: Tais Balieiro
Coordenador local: Fábio Miyata
Colaboradores voluntários:
Daniel Guth
Joana Canedo
Klauss Schramm
Nathan Kotujansky
Nicholas Stoppel
Paulo Alves
Paulo Roberto Ferreira
Taiza Sanna
Theresia-Louise
Victor Barreto
Esta contagem foi feita de acordo com metodologia desenvolvida pela
Associação Transporte Ativo
www.ta.org.br