Relatório de Contagem de Ciclistas – Av. Paulista 2015 (setembro)
Avenida Paulista
Terça-feira, 15 de setembro de 2015
Das 6h às 20h
Clique para baixar o Relatório de Contagem em PDF. Clique para baixar a Planilha com os Dados Brutos em XLSX. Clique para baixar o comparativo 2010, 2012, 2015 (jun) e 2015 (set). |
INTRODUÇÃO
Após muitos anos de luta e ocupação, a Av. Paulista finalmente conta com uma ciclovia plenamente instalada e funcional, que se interliga com as ciclofaixas da Rua Vergueiro pelo lado Paraíso e, em breve, se conectará com uma ciclofaixa na Rua Consolação (atualmente em construção).
Esta contagem, a segunda a ser realizada em 2015, é a quarta do nosso histórico na Avenida Paulista, Antes dela, fizemos levantamentos em 2010, 2012, e em junho de 2015 – às vésperas da inauguração da ciclovia da Paulista. Esta nova pesquisa foi executada no dia 15/9, três semanas após o segundo trecho da Av. Bernardino de Campos ser inaugurado. Ela mede, portanto, não apenas a influência da ciclovia da Paulista, mas também a conectividade desta com a ciclofaixa da Rua Vergueiro.
Os números sobre a avenida símbolo de São Paulo são, em uma palavra, impressionantes. Em menos de três meses desde a inauguração da ciclovia, o fluxo de pessoas em bicicleta mais do que dobrou, passando de 977 para 2.112. De todas as contagens que já fizemos, esta é a que apresenta maior número de ciclistas.
O mesmo é válido para mulheres ciclistas, que saltaram de 80 para 298, subindo dos 8% anteriores para 14%. Tanto em termos númericos como proporcionais, a Paulista passou a Av. Faria Lima como o ponto de contagem com maior presença feminina no pedal. A Paulista é também o local onde há mais compartilhamento da via com outros modais de transporte ativo, como skates, patins e patinetes, posicionando-se muito à frente do segundo colocado, a Av. Faria Lima: são 133 contra 40, ou 6,3% contra 2,4%.
Cruzamento da Av. Brigadeiro Luis Antônio, que não possui ciclofaixa:
ali, ciclistas andam espremidos
Finalmente, deve ser mencionado que no dia da contagem houve uma manifestação na Av. Paulista no período da manhã (entre 9h e 12h), a cerca de três quadras do ponto de contagem. Embora todo o quarteirão em frente à Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo tenha sido fechado para o trânsito de veículos no sentido Consolação-Paraíso e a multidão ocupasse também a ciclovia, o ato aparentemente não influiu de forma expressiva no fluxo de bicicletas.
O método utilizado para a contagem foi desenvolvido pela Associação Transporte Ativo, do Rio de Janeiro (www.transporteativo.org.br). Trata-se de uma planilha com um desenho esquemático do local, com espaços a serem preenchidos com a origem e o destino do ciclista, além de informações complementares como acessórios, faixa etária, gênero, tipo de bicicleta etc.
LOCAL DA CONTAGEM
Avenida Paulista, cruzamento com Avenida Brigadeiro Luís Antônio.
RESULTADOS
NÚMERO TOTAL DE CICLISTAS: 2112
Média de ciclistas por hora: 150,86
Média de ciclistas por minuto: 2,51
Número de ciclistas que passaram pelo cruzamento no período de 14 horas
Horários mais intensos de fluxo de ciclistas:
Período da manhã: de 8h às 10h, totalizando 328 ciclistas
Período da noite: de 18h às 20h, totalizando 579 ciclistas
COMPARATIVOS FLUXO E MÉDIA DE CICLISTAS
2010, 2012, Jun/2015 e Set/2015
Observação para a interpretação dos gráficos:
A contagem de junho de 2015 já começa a medir a influência parcial da ciclovia que,
embora ainda não inaugurada, estava com os tapumes de proteção recém retirados,
permitindo o acesso de ciclistas a parte da estrutura. Já a de setembro de 2015
conta com a ciclovia plenamente inaugurada e interligada no lado do Paraíso.
GRÁFICOS – ORIGENS E DESTINOS
Ilustração com o total de origens e destinos dos ciclistas.
GRÁFICOS – GÊNERO E FAIXA ETÁRIA
Conforme mencionado na introdução, a Av. Paulista é hoje o ponto de contagem que registra o maior número de mulheres ciclistas: foram 298, ou 14% do total.
Rotas com vias exclusivas para ciclistas tendem a atrair mais mulheres em bicicleta. Dos nove pontos de contagem do histórico da Ciclocidade, apenas seis ultrapassam a marca dos 9% de mulheres ciclistas. Em todos os casos, ou o local possui uma ciclovia/ciclofaixa (Paulista, Faria Lima, Eliseu de Almeida, Vergueiro), ou está muito próximo tanto a uma via protegida como à Universidade de São Paulo (Ponte da Cidade Universitária, Vital Brasil). Já os outros três pontos onde não há vias protegidas disponíveis (Largo do Socorro, Inajar de Souza, Heliópolis) ficam entre 2% e 3%.
Com relação a crianças e adolescentes, embora o proporcional tenha caído de 3% para 1%, isso não significa que houve redução de presença desta faixa etária. Na verdade, o número de crianças e adolescentes é praticamente o mesmo da última contagem (28 contra 27), mostrando que ocorreu, portanto, o aumento no volume relacionado a outras faixas etárias.
COMPARATIVOS GÊNERO – 2010, 2012, Jun/2015 e Set/2015
COMPARATIVOS CRIANÇAS / ADOLESCENTES
2010, 2012, Jun/2015 e Set/2015
GRÁFICOS – TIPOS DE BICICLETA
A Av. Paulista é a via com maior compartilhamento com outros modais de transporte ativo, como skates, patins e patinetes. O número de pessoas se locomovendo desta forma cresceu paralelo ao aumento de ciclistas, mantendo a proporção de 6% da última contagem.
O mesmo não aconteceu com as bicicletas de serviço, que se mantiveram praticamente estáveis (129 contra 132), e com as bicicletas elétricas, que aumentaram de 15 para 26. Ambas perderam terreno para outros tipos de bicicleta. Com relação às compartilhadas, as bicicletas do Bike Sampa saltaram de 34 para 116, ou de 3% para 5%. Registramos apenas 9 bicicletas do Ciclo Sampa, o que ainda não as faz sair da proporção menor do que 1%.
COMPARATIVOS TIPOS DE BICICLETA
2010, 2012, Jun/2015 e Set/2015
GRÁFICOS – MODO DE DESLOCAMENTO
Os gráficos relacionados ao modo de deslocamento mostram um cenário típico que temos visto repetir-se quando uma ciclovia ou ciclofaixa é implantada.
Quando a opção é entre usar uma via protegida ou andar junto aos veículos motorizados, a vasta maioria das pessoas prefere usar a ciclovia. Nesta contagem, a taxa de adesão ficou em 98%. Na contagem anterior, mesmo quando havia apenas trechos disponíveis de acesso à ciclovia, sem os tapumes de proteção, 74% das pessoas já preferiam trafegar de forma mais protegida.
Outra tendência presente é que o número de ciclistas que usam a contramão ou a calçada é reduzido de forma avassaladora ao haver infra-estrutura cicloviária. Se ciclistas na contramão registravam 20% e 16% nas contagens anteriores a qualquer via protegida, tal proporção caiu para 4% na véspera da inauguração da ciclovia e, finalmente, para 1% após ela estar estabelecida.
Já ciclistas que usavam a calçada registravam percentuais similares, de 27% e 18% antes da ciclovia, 11% na véspera da inauguração e apenas 2% após a implantação total.
COMPARATIVOS MODO DE DESLOCAMENTO
2010, 2012, Jun/2015 e Set/2015
GRÁFICOS – DADOS COMPLEMENTARES
Realização
CICLOCIDADE – Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo
www.ciclocidade.org.br
contato@ciclocidade.org.br
Coordenadora geral: Tais Balieiro
Coordenadores locais: Rachel Schein / Fabio Miyata
Colaboradores voluntários:
Helton Barbosa
Daniel Santini
Thiago Benicchio
Eduardo Lage
Daniel Guth
Patrícia Basile de Castro
Rachel Schein
Paulo Teixeira
Victor Barreto
Isabela Reno
Rafael Calabria
Maíra Bombachini
Renato Botelho
Esta contagem foi feita de acordo com metodologia desenvolvida pela
Associação Transporte Ativo
www.ta.org.br