Relatório de Contagem de Ciclistas – Inajar de Souza 2015
Inajar de Souza
Quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Das 6h às 20h
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INTRODUÇÃO
A Av. Inajar de Souza possui a característica de dividir alguns bairros da Zona Norte, desde a Marginal Tietê até a Serra da Cantareira, sendo, por isso, usada por um grande número de pessoas para fazer seus deslocamentos diários em todos os modais. A região é rota de moradores que vêm dos bairros Vila Brasilândia, Jd. Peri, Vila Rica, Damasceno e Vila Souza, sendo o único caminho para chegar à região central ou a bairros como Casa Verde, Imirim, Limão, Santana e Mandaqui, onde se encontram o maior número de empregos e comércios.
Esta é a terceira contagem realizada nesta via. As duas anteriores, de 2013 e 2014, foram realizadas na altura do número 2.725, onde existe um canteiro central compartilhado. Este canteiro não é uma ciclovia sinalizada, mas pode ser considerado um ambiente seguro por estar protegido do tráfego de veículos motorizados, sendo muito usado por pedestres, pessoas fazendo exercício, moradores em busca de uma área de descanso e ciclistas.
Para este levantamento, decidimos afastar o ponto de contagem cerca de 2km do ponto onde começa o canteiro central – é por este motivo que os dados relacionados a 2013 e 2014 não são comparáveis a estes, de 2015.
Tal mudança começa a evidenciar os deslocamentos de ciclistas da Vila Brasilândia para o Jd. Peri e vice-versa, ou seja, deslocamentos entre os bairros e não em direção ao centro. Ao todo, correspondem a 10% do fluxo total de ciclistas. Isso reforça que, além da necessidade de implantar um ciclovia na própria extensão da Av. Inajar de Souza, há a necessidade de ciclovias locais, nas avenidas Koshun Takara e Afonso Lopes Vieira.
Há que se notar que as contagens feitas na Av. Inajar de Souza, sejam elas as de 2013, 2014 ou 2015 sempre registram números de ciclistas dentre os maiores dos pontos onde fazemos os levantamentos. Em 2015, o fluxo de pessoas em bicicleta foi de 1.350, ficando atrás apenas das avenidas Faria Lima (1.941) e Paulista (2.112).
Um dado que nos surpreendeu bastante é o extraordinário número de ciclistas jovens e crianças no horário de maior calor, registrando picos nos turnos das 14h-16h e 18h-20h. Como as escolas da região não têm qualquer incentivo ao uso da bicicleta, acreditamos que os adolescentes, em sua a maioria, entraram na “avenidona hostil” para se divertir.
Se for verdade, isso nos leva a outro questionamento, sobre os espaços de lazer na região. É por esses motivos que insistimos que as ciclovias em São Paulo começam a trazer para os moradores e usuários da bicicleta uma nova concepção de cidadania, que vai além do mero deslocamento diário das pessoas. Na periferia, as ciclovias não são apenas um símbolo ou um estilo de vida. Elas são uma revolução social ampliando a cidadania!
A contagem de ciclistas na Av. Inajar de Souza, realizada em parceria com o CicloZN, utilizou o método que foi desenvolvido pela Associação Transporte Ativo, do Rio de Janeiro. Trata-se de uma planilha com um desenho esquemático do ponto de contagem, com espaços a serem preenchidos com a origem e o destino do ciclista, além de informações complementares, como acessórios, faixa etária, gênero, tipo de bicicleta etc.
LOCAL DA CONTAGEM
Avenida Av. Inajar de Souza, altura do numero 5.550.
RESULTADOS
NÚMERO TOTAL DE CICLISTAS: 1.350
Média de ciclistas por hora: 96,43
Média de ciclistas por minuto: 1,61
Número de ciclistas que passaram pelo cruzamento no período de 14 horas
Horários mais intensos de fluxo de ciclistas:
Período da manhã: de 8h às 10h, totalizando 131 ciclistas
Período da noite: de 16h às 18h e 18h às 20h, totalizando 122 ciclistas cada
GRÁFICOS – ORIGENS E DESTINOS
Ilustração com o total de origens e destinos dos ciclistas.
GRÁFICOS – GÊNERO E FAIXA ETÁRIA
Um cenário infelizmente comum em contagens onde não há infra-estrutura cicloviária é o baixo número de mulheres em bicicleta. A Inajar registra apenas 3% de mulheres ciclistas, uma proporção similar ao Largo do Socorro (3%) e a Heliópolis (2%).
Surpreendente, no entanto, foi a quantidade de ciclistas não adultos que se fizeram presentes. Ao todo, 108 crianças ou adolescentes passaram entre as 6h e 20h, um número que coloca a Inajar de Souza, de longe, como o ponto de contagem com o maior número de ciclistas nesta faixa etária em números brutos. Os pontos que mais se aproximam dessa marca são Heliópolis e Av. Eliseu de Almeida, ambos com apenas 39.
Em termos proporcionais, a Inajar registra 8% de crianças ou adolescentes em bicicletas, enquanto Heliópolis apresenta 7% e a Eliseu apenas 3%.
GRÁFICOS – TIPOS DE BICICLETA
Com relação aos tipos, vemos que o perfil de quem anda de bicicleta na região é o de quem tem o seu próprio veículo, mesmo porque não há serviços de bicicletas compartilhadas. O local também pouco aproveitado pelo comércio (registramos apenas 19 bicicletas cargueiras) e a via muito pouco compartilhada com outros modais (registramos apenas 6 skates).
GRÁFICOS – MODO DE DESLOCAMENTO
Ao compartilhar a via com veículos motorizados, muitas vezes os ciclistas andam espremidos. Quando optam por usar a calçada ou a contramão para fazer seu deslocamento, vemos que a porporção da última é bem maior do que a primeira.
GRÁFICOS – DADOS COMPLEMENTARES
Realização
CICLOCIDADE – Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo
www.ciclocidade.org.br
contato@ciclocidade.org.br
Coordenadora geral: Tais Balieiro
Coordenadores locais: Roberson Miguel e Cauê Rangel
Colaboradores voluntários:
Roberson Miguel
Cauê Rangel
Carlos Vitor
Leandro Beraldo
Patricio Elias
Paulo Henrique
Esta contagem foi feita de acordo com metodologia desenvolvida pela
Associação Transporte Ativo
www.ta.org.br