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Retrospectiva – A Ciclocidade em 2015

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Definir 2015 em uma única palavra é difícil, mas “intenso” talvez dê conta, pois é um adjetivo que pode ser aplicado em vários níveis, a vários ângulos. Se, por um lado, grandes questões movimentaram a sociedade, por outro só pudemos dar respostas à altura às que se relacionavam a nós, ciclistas, porque estivemos cercados de muita gente disposta a ajudar, a fazer acontecer – e de forma sempre intensa, como o ano pedia.

Esta retrospectiva é, portanto, não apenas sobre o que a Ciclocidade fez como instituição. Ela é também sobre o que as muitas mãos e pernas de nossas colaboradoras e colaboradores, associados ou não, nos ajudaram a realizar. Esta é a nossa forma de dizer obrigado, pois sem você, muito menos teria acontecido. Que venha 2016!

 

Participação em Políticas Públicas

Articulação e espaços de participação pública – a Câmara Temática de Bicicleta

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Reunião da Câmara com secretários de governo e Prefeito, em agosto de 2015

A Ciclocidade teve um papel fundamental na criação da Câmara Temática de Bicicleta, um âmbito dedicado ao tema dentro do Conselho Municipal de Trânsito e Transportes (CMTT) e formado por 22 membros eleitos: 10 conselheiros regionais, 10 conselheiros indicados pela Ciclocidade e CicloBR e 2 conselheiros eleitos para o CMTT.

A própria Câmara Temática tornou-se um dos principais Grupos de Trabalho da associação (ver mais sobre a criação desses grupos abaixo), sendo responsável pela conquista do maior canal de diálogo institucional entre os ciclistas da cidade e a Prefeitura de São Paulo.

A Câmara Temática de Bicicleta tem feito um trabalho diário de proposição, qualificação, e debate, além de reuniões periódicas visando mais e melhores políticas cicloviárias tanto com a equipe técnica da CET quanto com o secretário municipal de transportes, Jilmar Tatto, e o prefeito, Fernando Haddad.

Dentre as principais conquistas, podemos destacar a construção do mapa cicloviário que compõe o Plano Municipal de Mobilidade Urbana, com implantações previstas até 2030; a priorização das periferias nos últimos 100 km do plano de 400 km de ciclovias; e a construção de canais de diálogo regionais com as gerências operacionais da CET.

Em dezembro, na última reunião de 2015, a Câmara aproveitou para entregar ao secretário de transportes uma carta pública assinada por seus representantes, na qual enfatizam problemas que devem ser solucionados rapidamente, pedem definições claras sobre quais órgãos municipais são responsáveis na implantação das estruturas e apresentam uma lista para a priorização de algumas vias na conclusão do Plano de 400km.

 

Ministério Público do Estado contra as ciclovias

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bicicletada #vaiterciclovia – março, 2015, por Thiago Benicchio.

Em março, uma ação do Ministério Público do Estado (MPE) de São Paulo pediu a paralisação de todas as obras cicloviárias em andamento na cidade. A manobra gerou uma enorme mobilização de ciclistas, tão grande que culminou na maior bicicletada da história da capital paulista, com mais de 7 mil bicicletas, além de manifestações em duas rodas por todo o país e outras cidades do mundo.

Várias organizações de ciclistas e da sociedade civil nos ajudaram a escrever uma extensa nota pública em resposta aos questionamentos feitos pela promotora do MPE, Camila Mansour, que serviu como base para defender a importância do sistema cicloviário na cidade.

O resultado foi o mais positivo possível: o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo derrubou a liminar que paralisava as obras e, em julho, confirmou que as ciclovias não estão sendo “feitas a esmo e sem qualquer estudo, como quer fazer o Ministério Público”. Vitória dos ciclistas, vitória da cidade de São Paulo.

 

4º Fórum Mundial da Bicicleta – Medellín

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Em fevereiro, enviamos três representantes da diretoria da Ciclocidade ao 4º Fórum Mundial da Bicicleta, em Medellín, na Colômbia. Participamos de uma mesa de apresentação de experiências brasileiras de incidência política e fizemos, junto com as demais organizações brasileiras, a defesa da cidade de São Paulo como cidade sede do Fórum de 2016 – o que acabou não acontecendo.

A ocasião também foi importante para fortalecer a União dos Ciclistas do Brasil (UCB), uma vez que as entidades ligadas à promoção do uso de bicicleta e grupos brasileiros puderam conversar e se conhecer melhor.

A delegação brasileira estabeleceu que, com a escolha de Santiago como sede do Fórum em 2016, todos os esforços se voltariam para a organização de um novo Bicicultura – maior evento nacional de encontro para debater e aprofundar a cultura da bicicleta em todas as suas manifestações e potencialidades. O Bicicultura será realizado no primeiro semestre de 2016, tendo São Paulo como sede a Ciclocidade como organizadora.

 

Mudando mentalidades: o caso jornal Folha de S.Paulo

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Em 14 de junho, o jornal Folha de S.Paulo publicou uma série de três reportagens relacionadas à então inauguração da ciclovia da Av. Paulista. A Ciclocidade foi procurada para falar sobre o assunto, mas nossa versão não entrou na edição final, deixando as matérias tendenciosas e forçando a visão de que a infraestrutura seria problemática, causadora de conflitos.

Tivemos de fazer barulho. Na terça-feira da mesma semana, redigimos uma Nota de Repúdio, publicada no jornal Brasil Post, que logo se espalhou online, registrando mais de 10 mil curtidas no Facebook e 26 mil pessoas alcançadas. O esforço deu resultado: a TV Folha chamou o Diretor de Participação da Ciclocidade, Daniel Guth, para uma longa entrevista ao vivo, na qual pudemos nos estender sobre vários pontos relativos não apenas à ciclovia da Av. Paulista, mas à questão da mobilidade urbana em São Paulo.

Na verdade, a entrevista ficou tão legal que a Folha abriu um novo espaço para discutir o tema, o blog A Bicicleta na Cidade, mostrando que mudar mentalidades não é apenas necessário, mas possível.

 

Blog A Bicicleta na Cidade

Muitas vezes indispensável para entender a história, o contexto e a visão sobre as bicicletas em São Paulo, o blog A Bicicleta na Cidade de Daniel Guth, diretor de participação da Ciclocidade, teve muitos posts interessantes ao longo do ano.

O blog abriu um espaço de discussão sobre temas cruciais relacionados ao ano de 2015, como o erro de atribuir a demanda por mobilidade em bicicleta a partidos e não às pessoas; a tentativa de difundir a ideia também errônea de que pedestres e ciclistas são inimigos; o fato de que a Avenida Paulista pertence historicamente mais às pessoas do que aos automóveis, e o porquê a redução de velocidades máximas nas vias é uma atitude de respeito à vida. Por sinal, ainda sobre o tema do acalmamento de tráfego, a imagem a seguir mudará como você dirige para sempre.

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Avenida Paulista e Ruas Abertas

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Fotografia: Rachel Schein

Com a inauguração da ciclovia na Av. Paulista, em junho, anos de insistência e pressão para que São Paulo ampliasse suas políticas de ruas abertas para além das ciclofaixas de domingo finalmente começaram a fazer efeito. Ganhou força a ideia de que a avenida pudesse, a exemplo do Minhocão, ser aberta às pessoas para lazer aos domingos, sem automóveis.

Uma vez mais o Ministério Público do Estado (MPE) interviu, abrindo um inquérito sobre o processo de abertura da Paulista, o que consideramos como uma judicialização de políticas públicas e nos manifestamos. A Ciclocidade, juntamente com outros coletivos e organizações, atuou ativamente para fazer vingar o desejo de boa parte da população.

Participamos de debates, publicamos textos explicando que o projeto é uma demanda da sociedade civil e que a vocação histórica da avenida é ser muito mais das pessoas do que dos automóveis, estivemos nas audiências públicas requeridas pelo MPE em setembro e, finalmente, divulgamos mais um texto dizendo os motivos pelos quais o Ministério Público deveria abraçar a ideia.

Ainda que com muitas ameaças, felizmente o projeto seguiu seu caminho e a cidade permanece com suas Ruas Abertas.

 

Não ao PL dos Estacionamentos!

Ainda em junho, publicamos uma carta-manifesto em conjunto com o ObservaSP nos posicionando contra o Projeto de Lei (PL) do próprio Executivo que concede, por até 30 anos prorrogáveis, áreas públicas da cidade para a criação de edifícios-garagem por empresas privadas. Dentre outros motivos, entendemos que não se pode estimular edifícios-garagem sem associá-los a medidas de restrição à circulação de automóveis e gestão de demanda.

Infelizmente, essa mobilização não deu resultado. A proposta acabou sendo sancionada.

 

PAC Mobilidade Ativa

Logo PAC MobAtiva

Em novembro, a Ciclocidade apoiou a proposta da União de Ciclistas do Brasil (UCB), rede Bicicleta para Todos e Aliança Bike de criação de um Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) voltado para os modos ativos de deslocamento, considerando que ampliar a infraestrutura cicloviária segura é fundamental para aumentar o número de ciclistas nas cidades brasileiras.

O PAC seria implementado pelo Ministério das Cidades e contaria com orçamento de R$ 7 bilhões do orçamento da União, a serem acessados por estados, municípios e Distrito Federal na implantação, qualificação, promoção, educação e ampliação de infraestrutura para os chamados meios de transporte que se utilizam de esforço humano ou tração animal, como a bicicleta ou o andar a pé.

 

Cultura e Formação de Ciclistas

Oficina comunitária Mão na Roda

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A oficina comunitária Mão na Roda continua a ser um dos grandes projetos da Ciclocidade. Com as muito bem sucedidas parcerias com o Centro Cultural São Paulo, no Paraíso, e o Espaço Contraponto, na Vila Madalena, a Mão na Roda passou o ano funcionando 4 dias por semana, em diferentes horários.

Ao longo de 2015, houve cerca de 4.800 atendimentos a pessoas que puderam fazer a sua própria mecânica em alguma das oficinas, tendo sempre como premissa o “faça você mesmo” e o empoderamento de quem a frequenta.

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Um típico dia de oficina na Mão na Roda do Centro Cultural Vergueiro

Além das atividades regulares, a Mão na Roda também manteve atividades itinerantes, quando os mecânicos levam as ferramentas para outros lugares por um dia, como foi o caso da Virada Sustentável, Fundação Gol de Letra e BrooklynFest.

https://www.youtube.com/watch?v=ETGRtF2gRco

Em dezembro, tivemos uma bela surpresa. Uma das voluntárias da oficina, Lucimeire Peres, foi retratada em um mini documentário feito pelo pessoal da Dumela.tv. Nele, Lucimeira conta como voltou a andar de bicicleta para levar as filhas à escola.

 

Formações em Ciclomobilidade

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Fotografia: Rachel Schein 

Novidade em 2015, as Formações em Ciclomobilidade são um conjunto de oficinas voltadas para engajamento e ativismo pela mobilidade por bicicleta e realizadas ao longo de três dias, com três eixos temáticos como base: histórico da bicicleta na cidade; como se faz política pública para a bicicleta; e ferramentas de mobilização.

Ao todo, fizemos 2 Formações, ambas no no Centro Cultural São Paulo – uma em maio e outra em outubro, para 25 e 30 pessoas respectivamente. Devido à alta procura, decidimos aumentar o número de vagas nas duas ocasiões, das 20 previstas originalmente.

 

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Clarisse Linke, Thiago Benicchio e Renata Falzoni, na primeira formação.

A programação ficou por conta de uma mistura de palestras expositivas feitas por convidadas/os de renome e diretores da Ciclocidade, e oficinas práticas de intervenção urbana e a(r)tivismo. Dentre palestrantes convidados, estiveram nomes de peso como Clarisse Linke e Thiago Benicchio (ITDP Brasil), Gabriela Juns (Escola de Ativismo), Odir Züge (Câmara Temática de Bicicleta), Paula Santoro (ObservaSP), Renata Falzoni (Bike é Legal), Vitor Leal (Greenpeace Brasil), Willian Cruz (Vá de Bike), Zé Lobo e João Lacerda (Transporte Ativo).

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Ficamos muito felizes em ver que cerca de um terço dos participantes das formações passaram a ajudar de alguma forma em atividades da Ciclocidade, como ingressar em um Grupo de Trabalho ou na campanha Bicicleta faz bem ao Comércio.

 

Festival da Bicicleta – EMEF Profa Maria Antonieta D’Alkimin Basto

https://www.youtube.com/watch?v=gFg9fDfWUp4

Embora o Festival da Bicicleta na EMEF Professora Maria Antonieta D’Alkimin Basto tenha acontecido em setembro, sua construção começou bem antes disso e a ação continua gerando frutos.

O festival em si, feito a muitas mãos e com a participação de muitas e muitos amigos e organizações parceiras, teve exibição de curtas metragens, apresentação sobre bike trial, mecânica básica, oficina de placas em vinil, oficina de como pedalar e várias outras coisas. A atividade gerou uma sensação tão positiva que o pessoal voltou em novembro – desta vez, para sair com as bicicletas para um passeio na rua e grafitar o muro da escola.

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Em dezembro, a surpresa maior. A Escola Municipal, com o projeto “Aprendendo a ser cidadão ciclista em São Paulo”, ficou em primeiro lugar no 3º Prêmio Municipal de Educação em Direitos Humanos (Categoria Grêmio Estudantil), que é a imagem que se vê acima, tremida de tanta emoção!

 

Participação em livros

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A Ciclocidade ficou a cargo do capítulo sobre a cidade de São Paulo no livro A Bicicleta no Brasil – 215, feito pela União de Ciclistas do Brasil (UCB), Rede Bicicleta para Todos, Aliança Bike e Bike Anjo. A publicação foi lançada em maio, para ser distribuída de forma gratuita, seja na versão impressa como na online (da qual é possível fazer o download gratuito).

Também somos uma das iniciativas elencadas no livro Eu sou a mudança (Editora Mol), lançado em setembro.

 

Ciclodebates

https://www.youtube.com/watch?v=8_mW0FOM4T0

Em outubro, o projeto Ciclodebates teve uma edição com direito a sala lotada no Espaço Contraponto para receber o arquiteto urbanista Ricardo Montezuma, um dos responsáveis pelas transformações marcantes na mobilidade e no cenário urbano de Bogotá, Colômbia.

Aproveitamos a retomada do projeto para testar uma nova forma de publicação dos vídeos. A exposição de Montezuma foi capturada em câmera na íntegra, sendo depois sincronizada aos slides da apresentação e publicada de forma integral em nosso canal no YouTube.

 

Pesquisa

Perfil de quem usa bicicleta na cidade de São Paulo

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No mês de setembro, às vésperas do Dia Mundial Sem Carro, tomamos a imprensa de sobressalto ao divulgar os resultados da pesquisa inédita Perfil de quem usa bicicleta na cidade de São Paulo, realizada em parceria com a ONG Transporte Ativo, Observatório das Metrópoles, e apoio do banco Itaú.

O mapeamento é um dos mais abrangentes já feitos no município com relação a ciclistas. Ao todo, foram aplicados 1.804 questionários in loco, entre 10 e 28 de agosto de 2015. Os entrevistados eram pessoas que estavam andando de bicicleta em todas as regiões da cidade, do centro à periferia, tanto em vias contempladas por ciclovias ou ciclofaixas quanto em ruas ainda sem infraestrutura, mas que são usadas com frequência por ciclistas. Também foram realizadas abordagens em bicicletários públicos e com usuários dos sistemas de bicicletas compartilhadas.

 

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Lançamento dos resultados da pesquisa, no Itaú Cultural

A pesquisa completa, Perfil do Ciclista Brasileiro 2015, foi coordenada nacionalmente pela Transporte Ativo. Se em setembro publicamos uma apresentação com os resultados, em janeiro de 2016 publicaremos o relatório completo relativo a São Paulo, inclusive os dados brutos para análise e revisão.

 

Contagens de ciclistas

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As tradicionais contagens de ciclistas passaram por uma reformulação em 2015. Ao início do ano, a criação de um Grupo de Trabalho (GT) dedicado ao tema (ver mais sobre a criação desses grupos abaixo) permitiu maior abertura a novas pessoas interessadas. As Formações em Ciclomobilidade também levaram novos voluntários ao GT, impulsionando-o e permitindo que fizéssemos 9 contagens ao longo do ano, sendo 5 atualizações de levantamentos já existentes e 4 em pontos novos.

Também mudamos a forma como os dados são visualizados no site. Primeiro, pudemos espacializar os pontos onde as pesquisas se deram; segundo, abrimos a visão das planilhas direto nas páginas online. Tais modificações possibilitaram ao público um acesso muito fácil e objetivo aos resultados, fossem eles de contagens específicas ou comparativos dos dados acumulados.

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Fazer comparativos históricos também nos deu argumentos relacionados não apenas ao uso das ciclovias, mas também à sua influência no comportamento de quem as usa, como o aumento no número de mulheres ciclistas e diminuição de uso de calçadas, por exemplo.

Outra mudança é que a planilha preenchida pelos contadores está agora automatizada, permitindo saber os resultados imediatamente após o último turno de contagem, com todos os gráficos já feitos. Trata-se de uma agilidade bem vinda, pois facilita a divulgação em veículos de imprensa, além de diminuir eventuais erros nos cálculos.

 

Institucional

Criação de Grupos de Trabalho (GTs)

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Reunião cheia em abril para a apresentação do GT Ciclovia da Faria Lima e discussão da ação
do Ministério Público do Estado (esq) e pedalada com a subprefeita Harmi Takiya, em junho (dir).

Com o objetivo de ajudar no processo de descentralização da participação das pessoas, a Ciclocidade facilitou a criação de 12 Grupos de Trabalho (GTs) ao início de 2015. Destes, 8 foram bastante ativos em momentos diferentes do ano.

Dentre os mais atuantes, citamos aqui cinco: GT Contagem de Ciclistas, GT Câmara Temática de Bicicleta, GT Comércio e Bicicleta, GT Gênero e GT Ciclovia da Faria Lima. Os três primeiros descrevemos com mais detalhes em outras seções desta retrospectiva.

O GT Ciclovia da Faria Lima teve um início mais intenso, elaborando um extenso relatório sobre o histórico da ciclovia e entregando-o aos órgãos competentes (SMSP, CET, SMT e Subprefeitura de Pinheiros). Com a retomada da implantação da infraestrutura, o GT realizou, em junho, uma pedalada-vistoria com a subprefeita de Pinheiros, Harmi Takiya, para que ela visse in loco (e de bicicleta) problemas de sinalização ou de estrutura.

O GT realizou ainda contagens de ciclistas, dialogou com o Tribunal de Contas do Município e fez reuniões com o Secretário de Coordenação das Subprefeituras e com vereadores que se colocaram à frente dos problemas enfrentados durante o processo de paralisação das obras. Atualmente, o grupo de trabalho tem o papel de monitorar a obra e ficar atento a eventuais problemas em decorrência da implantação desta importante estrutura cicloviária.

 

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GT Gênero: em busca de mais informações e de mais espaço para a participação
de mulheres. Hoje, este é o maior Grupo de Trabalho da Ciclocidade.

Já o GT Gênero passou por um semestre de maturação, frente ao diagnóstico de que há muito poucas mulheres pedalando em São Paulo e de que não existem levantamentos específicos relacionados a quantas mulheres ciclistas há e quais os impedimentos para que pedalem mais. As estimativas sobre a participação feminina variam entre 6% e 20%, mas todas têm limitações no escopo da pesquisa.

Assim, o GT Gênero passou boa parte do semestre angariando participantes, pautando a questão da mulher na bicicleta e elaborando uma pesquisa específica, a ser executada em 2016. Atualmente, este é o GT com o maior número de inscrit@s na lista, com 53 pessoas – destas, somente 3 são homens. O GT Gênero também está dando os primeiros passos, junto com as e os voluntários da oficina Mão na Roda, para a criação de uma oficina mecânica para mulheres.

 

Revisão do sistema e nova política de associação

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Embora o sistema de associação (CiviCRM) estivesse pronto para ser usado desde setembro de 2014, foi apenas a partir de abril de 2015 que pudemos revisá-lo, diante de críticas devido a mau funcionamento. Era fundamental fazer com que ele operasse bem e, mais do que isso, passar segurança às pessoas para que o Grupo de Trabalho de Associação pudesse fazer uma campanha para novas filiações.

Passamos então cerca de 3 meses usando-o de forma profunda e mapeando todos os possíveis problemas. Em junho, consideramos a revisão terminada e logo ao início de agosto (2/8) houve uma Assembleia Geral para modificar a política de novas associações à Ciclocidade.

Pela nova política, a contribuição associativa inicial passou a ser de apenas R$ 5 (em vez de R$ 60), sendo que o valor final é definido pela própria pessoa. Os kits com coletes reflexivos passaram a não ser mais um brinde a quem se filia, mas a quem participa de ações da entidade, como o café-da-manhã de ciclistas ou a campanha Bicicleta faz bem ao Comércio.

Anunciamos a nova política no primeiro dia do mês da mobilidade (1/9), gerando um boom histórico de novas associações ou de renovações. Se entre outubro de 2014 e junho de 2015 o número de filiações girava em torno de 110 pessoas, está hoje em 216 – praticamente um acréscimo de 100%. Nosso sistema não permite saber quantos associados possuíamos em determinado momento no tempo – apenas quando houve transações financeiras, ou seja, quando pessoas novas se associaram ou quando renovaram. Ainda assim, a partir desse dado podemos ver quão significativo é a impacto da mudança na política de associação.

 

Campanha Bicicleta faz bem ao Comércio

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Desenhada a partir de julho, a campanha Bicicleta faz bem ao Comércio foi lançada ao final do mês da mobilidade (30/9) como uma extensa ação dividida em 3 etapas. A campanha ainda está em execução neste momento.

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Etapa 1 – Outubro. Publicação online de 7 vídeos curtos com depoimentos de comerciantes cujos negócios já estão adaptados para receberem bem ciclistas. Os depoimentos são focados em temas centrais na relação comércio-bicicleta. Os depoimentos em vídeo, que podem ser vistos em nosso canal no YouTube, também ilustram os conceitos apresentados no manual Bicicleta e Comércio, também publicado online e com tiragem impressa de 15 mil exemplares.

Etapa 2 – A partir de Novembro. A distribuição dos manuais está sendo feita junto com a dos adesivos verdes de Bicicleta Bem-Vinda, com tiragem 10 mil exemplares, por meio de ações de rua organizadas com grupos de ciclistas voluntários. Também estamos fechando parcerias de apoio à campanha com Sebrae, Associação Comercial e Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel). Comércios a favor das bicicletas colam os adesivos na fachada e são marcados em um álbum de fotos online, aumentando a visibilidade da ação como um todo.

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Álbum de fotos de Comércios Amigos da Bicicleta, em nosso Facebook.

Etapa 3 – A partir de 2016. A partir do ano que vem, estimularemos redes colaborativas de avaliações de comércios amigos da bicicleta. Estamos formando parcerias com grupos que já mantêm iniciativas similares para unir esforços em um ponto focal único, que seja reconhecido por ciclistas como o local/ferramenta de referência no quesito comércios bike-friendly. Também estamos estudando a criação de um certificado de excelência, para os que se destacarem ao longo do ano.

 

Mês da Mobilidade 2015

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Plantio de mudas na ciclovia Eliseu de Almeida. Fotografia: Thais Oewel

 

Normalmente, fazemos em setembro uma comemoração no Dia Mundial Sem Carro, ou mesmo na semana em que o dia se insere, a Semana da Mobilidade. Para 2015, nos preparamos longamente para participar de vários eventos, de modo que a agenda se estendesse por todo o mês.

Dos já citados aqui na retrospectiva, publicamos os resultados da pesquisa Perfil de quem anda de bicicleta em São Paulo, lançamos a campanha Bicicleta faz bem ao Comércio, abrimos o chamado para a 2ª Formação em Ciclomobilidade, fizemos duas contagens de ciclistas (Avenidas Paulista e Inajar de Souza), realizamos o Festival da Bicicleta na EMEF Profa. Maria Antonieta D’Alkimin Basto, comemoramos o aniversário de 5 anos da oficina comunitária Mão na Roda e mudamos a política de associação à Ciclocidade.

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Cafés-da-manhã para ciclistas. Fotografias de Ivson Miranda e Roberson Miguel

Mas não paramos por aí. No mês da mobilidade, também promovemos o passeio ciclístico com debate pelo Direito à Cidade com os Jovens Monitores Culturais (parceria com o Instituto Polis), ajudamos a promover o plantio das primeiras 104 mudas de árvore ao longo da ciclovia Eliseu de Almeida, servimos dois cafés da manhã para ciclistas – um na Avenida Paulista, outro na Inajar de Souza (com apoio da Sorine), apoiamos a campanha #CicloviaNaPeriferia e ainda participamos da feira Brasil Cycle Fair 2015.

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