Vagas para articuladoras – Encontro de Ciclomobilidade para Mulheres
Estão abertas vagas para 5 articuladoras locais para o projeto “Feminismos
sobre duas rodas”, do GT Gênero da Ciclocidade. Inscrições vão até o dia 15/11.
Clique aqui para acessar o formulário de inscrição |
Projeto “Feminismos sobre duas rodas”
Construído pelo Grupo de Trabalho de Gênero da Ciclocidade – GT Gênero, o projeto “Feminismos sobre duas rodas” foi um dos ganhadores do edital “Feminismos Contemporâneos”, realizado pelo Fundo Elas. Visando fortalecer o direito das mulheres à cidade por meio da promoção do uso da bicicleta como meio de transporte sustentável e democrático para mulheres, queremos trabalhar com diferentes movimentos sociais e mulheres da periferia. Por fim, sonhamos em começar a formar de uma rede paulistana de mulheres ciclistas e cicloativistas com capacidade crítica de atuação local. Leia o projeto aprovado neste link.
Para que é o chamado deste edital?
O projeto prevê a realização de 5 oficinas em São Paulo – uma em cada região. Em cada uma dessas regiões (Norte, Sul, Leste, Oeste e Centro) contaremos com uma moradora da área que será a responsável por articular mulheres da vizinhança e de movimentos sociais locais.
Atividades:
- Organizar e realizar um passeio de bike pela região;
- Mapear os principais pontos de apoio para uma mulher-ciclista (delegacia da mulher, grupos de geração de renda, locais de fortalecimento, bicicletaria, centro de apoios às crianças);
- Organizar e produzir uma oficina de formação local na área pela qual a articuladora ficou responsável;
- Definir a programação da formação local e ajudar a escolher facilitadoras;
- Contratar uma mulher da região para fazer a recreação das crianças durante o evento;
- Redação do relatório da oficina pela qual ficou responsável e prestação de contas da oficina.
Quanto tempo e até quando?
O projeto teve início no dia 15/10/17 e vai até 15/08/18, prazo máximo de entrega do relatório final. Todas as oficinas acontecerão em 2018 e deverão ter a duração de um final de semana inteiro. A primeira delas deve rolar entre janeiro e fevereiro/2018. As horas de trabalho dedicadas envolvem um final de semana em formação da Ciclocidade; reuniões para planejar e definir os trabalhos; a produção da oficina local; o final de semana da oficina; a redação do relatório + prestação de contas da oficina.
E o dinheiro?
O projeto tem R$ 25 mil para realizar atividades em cinco territórios, em quase 10 meses de trabalho. Ainda estamos discutindo a alocação dos recursos do projeto – queremos conseguir fazer o máximo possível com essa grana que temos. Estamos em fase de planejamento financeiro e iremos discutir isso abertamente com as mulheres envolvidas e as articuladoras locais! Esse é um projeto feito por mulheres e para mulheres, valorizando o trabalho de cada uma das envolvidas.
Você tem ideia de quanto acha que deveria receber como articuladora? Já responda essa pergunta no questionário de inscrição!
Requisitos
- estar livre no final de semana dos dias 2 e 3 de dezembro/2018 para participar de uma atividade de aprendizagem da Ciclocidade no centro de SP e, assim, ficar mais inserida na discussão sobre o uso da bicicleta na cidade e o que a Ciclocidade faz;
- disponibilidade para participar de algumas reuniões à noite e aos finais de semana (online e/ou presencial);
- morar na região em que quer articular a oficina e ter boa circulação entre movimentos sociais e mulheres da região;
- querer trabalhar para mobilizar mulheres da sua região e compartilhar a sua paixão pela bicicleta 🙂
Prazos:
Inscrições: 07/11/17 até 15/11/17 (Clique aqui para acessar o formulário de inscrição)
Seleção de currículos e contato com as candidatas: até 17/11/17
Entrevistas: até 25/11/17
Resposta final: até 27/11/2017
Sobre a Ciclocidade
A Ciclocidade é uma associação sem fins lucrativos, que tem como missão contribuir para a construção de uma cidade mais sustentável, baseada na igualdade de acesso a direitos, promovendo a mobilidade e o uso da bicicleta como instrumento de transformação. No formato de uma Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo, a Ciclocidade foi fundada em novembro de 2009, a partir da reunião de dezenas de cidadãos atuantes na defesa da mobilidade por bicicletas, que perceberam a necessidade de uma entidade representativa para ampliar o alcance de suas ações individuais.
Trabalhamos pela construção de políticas públicas e iniciativas que atendam a mobilidade por bicicletas. Realizamos atividades e projetos que buscam fortalecer e propagar a cultura da bicicleta em todas as esferas da sociedade. Queremos que todos que circulam nas ruas tenham o direito à vida, segurança e conforto em seus deslocamentos. Defendemos atenção e benefícios crescentes para os ciclistas e para todos os cidadãos que utilizam alternativas inteligentes de locomoção.
A bicicleta pode ser uma alternativa de locomoção para muitas pessoas ou para muitas situações do cotidiano, amplificando as possibilidades de mobilidade urbana e melhorando a qualidade de vida dos cidadãos. Mais informações em: https://www.ciclocidade.org.br/
Desde sua fundação, o GT Gênero se dedicou a investigar e compreender, pelo viés da mobilidade, quais são as principais barreiras de acesso das mulheres ao espaço urbano. Sabe-se que tais barreiras constituem cotidianas violências simbólicas, étnico-raciais, sociais, físicas e emocionais que cerceiam e oprimem as mulheres nos espaços domésticos e coletivos da cidade. O direito de ir e vir, tradução jurídica do exercício da liberdade, não é uma realidade tangível para a imensa maioria das mulheres nas cidades. Tanto que alguns estudos apontam que a taxa de circulação de mulheres ciclistas pode ser um bom indicador de qualidade de vida.
Nesse contexto, as políticas públicas devem ser pensadas a partir de uma perspectiva democrática de inclusão e de integração social e, também, de desconstrução de desigualdades. Entretanto, as políticas urbanas, e dentre elas as políticas de mobilidade, ainda são formuladas a partir da experiência androcêntrica e a partir de um paradigma de fluidez pautado por fluxos econômicos, que desconsideram a necessidade de transversalizar gênero, raça e etnia na atuação do poder público.
Muitas políticas, ignorando a necessidade dessa transversalização, acabam incorrendo no aprofundamento e na geração de mais desigualdades. Contudo, à revelia desse padrão excludente, as políticas de ciclomobilidade têm demonstrado imenso potencial democratizante do espaço urbano ao proporcionar infraestrutura que viabiliza, com segurança, o ir e vir de segmentos até então invisíveis e/ou vulneráveis: pessoas com deficiência, catadores(as) de material reciclável, mulheres de bicicleta, skatistas e tant@s outr@s.
Inserido nessa conjuntura, o Grupo de Trabalho (GT) de Gênero foi criado numa reunião de planejamento geral da Ciclocidade (em janeiro de 2015), com a proposta de atuar politicamente promovendo o uso da bicicleta por mulheres e de refletir e debater como a desigualdade histórica – que define papéis e comportamentos masculinos e femininos – influenciam a configuração do espaço urbano e a mobilidade. Mais informações em: https://www.ciclocidade.org.br/genero