Veja como foi a segunda reunião de alinhamento interno da Ciclocidade – encontro final de planejamento acontece no dia 6/5 (sábado)
A Ciclocidade finalizou no dia 11/3 a segunda reunião aberta de alinhamento interno, com a participação de mais 25 pessoas (leia aqui o relato do primeiro encontro). A etapa final de planejamento, para discutir as ações que serão realizadas até o final de 2017-início de 2018, acontecerá no próximo dia 6/5 (sábado).
Para este momento, contamos com a facilitação da ciclista Gabriela Vuolo, o que possibilitou maior objetividade ao tratar temas complexos e abriu um importante espaço para a participação de diferentes vozes ao longo do intenso turno de 4 horas. Aproveitamos para agradecê-la por toda a sua ajuda. Gabriela também estará conosco na última etapa, facilitando o processo.
A segunda reunião de alinhamento ficou dividida em três sessões, detalhadas abaixo com uma sistematização das ideias levantadas. É importante notar que o alinhamento interno não supõe encaminhamentos imediatos a algumas questões trazidas desde o primeiro encontro, como uma política de financiamento para a associação ou a profissionalização do corpo diretivo. Tais pontos terão as percepções trazidas pelas associadas e associados consideradas pela Diretoria, para que esta formule propostas concretas a serem levadas para debate durante as próximas Reuniões Gerais abertas.
Sessão 1 – Entrevista com Diretoria da Ciclocidade
Esta sessão baseou-se em uma curta entrevista com perguntas e respostas rápidas, tendo como objetivo colocar todas as associadas e associados na mesma página com relação a questões-chave da instituição e funcionamento do corpo diretivo. Conversamos sobre as instâncias de participação (Por onde as pessoas chegam na Ciclocidade? Por onde elas participam? Quem participa da execução dos projetos/ações no dia-a-dia?); sobre as instâncias de tomada de decisão (Como/onde as decisões são tomadas? Quem participa das tomadas de decisão? “Onde” acontece o debate sobre os posicionamentos da Ciclocidade?); e sobre representação (“Onde” acontece o debate sobre as questões relativas à bicicleta e que possuem participação de representantes da Ciclocidade? Quem fala em nome da Ciclocidade?).
Sessão 2 – Diversidade, equidade e representatividade
O segundo momento iniciou-se com uma breve exposição sobre o histórico e o perfil des associades da Ciclocidade, abrindo caminho para discutir formas de ampliar a diversidade, equidade, representatividade, capilaridade e a legitimidade da associação, a partir de uma divisão em grupos de trabalho. As perguntas guia a suas respectivas colheitas de ideias seguem abaixo.
Rodada 1 – Por que precisamos trazer mais pessoas?
- É preciso ampliar a rede (movimento) para que haja maior diversidade regional, maior capilarização territorial e mais narrativas locais, com perfil, agendas, demandas, ideias e necessidades próprias. Isso traria mais representatividade, além de aumentar a legitimidade da associação
- Existe a necessidade de sermos ativos e não esperar, de ampliar a participação nas subprefeituras e territórios, de forma que haja mobilização para pressionar governos/sociedade e chegar a lugares novos, conquistar mais espaços, ampliar a resistência
- Mais pessoas apropriadas do processo significa mais vozes e mais porta-vozes, com relatos com maior impacto, diversidade de ideias e opiniões diferentes, além de promover a desconstrução de estereótipos
- É preciso fazer informações circularem, multiplicar o conhecimento, para chegar não só a novos ciclistas, mas a outros movimentos sociais. A política cicloviária deve participar da redução das desigualdades – o que implica em superar foco no Sudoeste da cidade
- Ser associadx à Ciclocidade é ter mais comprometimento. Não é só um movimento, é mais complexo. Núcleos locais de associados possibilitariam mais braço para trabalhar, com mais gente fazendo.
É fundamental fazer as pessoas se sentirem à vontade – todas elas.
Questões que surgiram sobre este ponto
- Nossas pautas estão fazendo sentido?
- Mais pessoas = maior comprometimento / participação?
- Capilaridade é mais importante que volume?
- Por que as pessoas não se enxergam ativistas/ciclistas?
- Quem se sente ativista/ciclista é o recorte branco / classe média?
- As pessoas não sabem o que é / para que serve o ativismo – será?
Rodada 2 – Que papel esperamos que essas pessoas tenham? O que queremos delas?
- Que não apenas se associem, mas que tenham participação ativa e envolvimento, ou seja, uma participação mais ‘qualificada’. A associação deveria possibilitar diferentes níveis de envolvimento – algo que possa ser gradual e que possibilite que a pessoa evolua ao longo do tempo
- Que entendam o que são as políticas públicas, de forma a ampliar sua visão crítica e entender os espaços e mecanismos de participação
- Que sejam capazes de ter um posicionamento (inclusive político) a partir do engajamento, para que possam representar a associação no discurso/debate. A multiplicação dos agentes das discussões, alinhada a uma visão autônoma, permitiria estabelecer o contraditório a partir do espaço de fala que é dado na Ciclocidade
- Que tragam visões diferentes da cidade e que sejam replicadoras do movimento em seus círculos. Que possibilitem aproximar pessoas que deem mais peso às pautas locais, para que haja uma organização territorializada/organização local, mais riqueza de informações e mais pessoas que conheçam outras realidades
- Que ajudem a despertar o ativismo, que tenham capacidade de mobilizar e ‘bancar’ o projeto político de direito à cidade. Que possam eventualmente fazer ou participar de ações diretas
- Que tragam sua experiência profissional (advogados, jornalistas etc), para não começar sempre do zero
- Que ajudem a associação a ganhar independência, possibilitando o acesso a mais recursos financeiros
- Que forneçam “apoio passivo”, mesmo que de longe às questões
Questões que surgiram sobre este ponto
- Estamos criando o ambiente para isso? Estamos incluindo? (linguagem)
- Estamos dando a pauta ou ouvindo a pauta?
- O que as pessoas querem? Será que elas conseguem desenvolver isso na Ciclocidade?
- Como fazemos com as discussões em andamento?
Rodada 3 – De quais pessoas estamos falando? Qual o perfil dessas pessoas? Existe um perfil que não queremos?
Quem queremos
- Pluralidade, pessoas de diferentes cores, condição social/econômica, orientação sexual, de lugares diferentes. Mais mães, mais mulheres, mais crianças. Pessoas de diferentes idades
- Pessoas envolvidas em causas
- Pessoas que possam/entendam o papel da bicicleta na autonomia e na economia comunitária; líderes comunitários
- Pessoas que entendam o que é política pública – queremos pessoas que sejam ativistas ou que queiram ser
- Equilíbrio entre ativistas e pessoas que ainda não conseguem formular / atuar como ativistas
- Pessoas que ainda não conhecem essa cena, mas estejam interessadas na discussão
- Pessoas que queiram pedalar, ou mesmo não ciclistas
- Pessoas que nos ensinem – e que queiram aprender também
- Braços: pessoas que se sintam úteis
- Jovens (abaixo de 20/24 anos) – não precisam ser ‘formados’ (arquitetos, engenheiros). Têm mais tempo e podem trabalhar mais
- Trabalhadores que usam bicicleta
- No movimento: podem ser pessoas que não querem a institucionalização. Na Ciclocidade: que acreditem na institucionalização do movimento
- Pessoas de empresas de bicicleta
Quem não queremos
- Intolerantes, homofóbicos, racistas, pessoas que não gostam de diversidade
- Ativistas privatistas – mas não podemos barrar essas pessoas
- Ultra direita (será?)
Rodada 4 – Por que não estamos conseguindo trazer essas pessoas?
- Porque temos dificuldade em escutar a diversidade. Estamos entendendo as particularidades? Ex. Qual a pauta da periferia? Não queremos ser colonialistas com a pauta, mas não conseguimos ser escuta
- Porque falta identificação de/com outros grupos – ir até eles. Falta de presença regional. Ainda se tem uma visão muito colonialista – a Ciclocidade ainda não aprendeu a ser a voz de grupos mais distantes
- Porque não estamos prontos para trazer essas pessoas ainda (somos muito desorganizadxs como instituição). Precisamos melhorar os mecanismos para que as pessoas participem dando ideias e trabalhando e, ao mesmo tempo, temos poucos recursos financeiros e humanos
- Porque falta acolhimento / espaço cultural da bicicleta. Solução? Espaços mais inclusivos / acolhimento
- Porque existe uma bolha / clubinho. Falta renovação, passar a bola (quem vai fazer?), falta renovar as lideranças
- Porque não é um espaço convidativo – as pessoas não se sentem convidadas, mas intimidadas com o acúmulo de conhecimento dentro da organização
- Porque existe um déficit na nossa atuação como associação com política pública na frente de formação de ciclistas. É preciso estabelecer um processo de formação contínua antes ou depois das reuniões gerais como uma forma de inserir os novos no histórico
- Porque as pessoas têm ciclo de vida – inserção da bicicleta como transporte desde a infância. Juventude não tem autonomia. Como atrair mais jovens? Pela política ou pela cultura/lúdico?
- Porque existe uma dificuldade do debate público e da representação em se estabelecer no Brasil. Além disso, as regiões têm outras prioridades que não a bicicleta – como pensar uma narrativa para articular a pauta de direito à cidade com a bicicleta? Não conseguimos diálogos com outras agendas
- Porque o ativismo é voltado para questões emergenciais e cotidianas; ativismo também é o que atrai as pessoas
- Porque nunca fizemos alguns trabalhos específicos como o de engajar trabalhadores ou engajar pequenos comércios de bicicleta na periferia
Questões que surgiram sobre este ponto
- Qual é a nossa capacidade de articulação com outros movimentos ativistas – como apoiamos e somos apoiados por outros movimentos sociais?
- Bicicleta não faz parte do cotidiano dos jovens? Como fazer as pessoas pedalarem de maneira política?
- Até que nível a bicicleta é libertadora para todos os perfis?
O que podemos fazer pra trazer essas pessoas?
Diversidade e equidade muitas vezes tem a ver com escolhas. Escolhas individuais, escolhas organizacionais e escolhas programáticas. Tem a ver também com um balanço entre ações afirmativas e ações de combate às desigualdades. Exemplo: prioridade de fala a mulheres em reunião é uma ação afirmativa; tolerância zero ao manterrupting é uma ação de combate.
Dividimos as pessoas em duplas, com tarjetas de 3 cores diferentes, para que pudessem dar suas sugestões:
Tarjeta amarela: Pelo menos duas escolhas organizacionais (da porta pra dentro)
Tarjeta rosa: Uma escolha programática (da porta pra fora)
Tarjeta azul: Uma escolha individual para cada pessoa da dupla
Tarjetas amarelas – Organizacionais/Institucionais
- Afirmativas – buscar mínimo de 50% de mulheres na Diretoria + Diretoria Expandida
- Buscar paridades e representatividade nos porta-vozes. Preparação de porta-vozes e lideranças que possam falar e negociar em nome da associação (democrática)
- Dar ênfase a pautas de gênero, raça, territoriais. Criar GT Raça. Ser um espaço amigável para famílias; gêneros e raças/etnias. Eventos / atividades de gênero e raça devem ser transversais e centrais na organização. Trazer outros movimentos sociais (negro; feminista; periférico) para dentro da associação
- Propor, nas reuniões, temas com foco na periferia. Convidar grupos locais para nossas reuniões. Reunião no domingo (?) periódica (?) – ouvi-los para saber. Incorporar em alguma instância de decisão à representação regional
- Criar espaços de escuta ativa descentralizados. Gerar espaço para maior atuação de pessoas que socialmente são mais excluídas dos lugares de fala
- Oferecer espaço de articulação e debate. Criar espaços de discussão / acúmulo temática sobre aspectos da bike, da cidade, da democracia
- Manual de recepção / kit para quem se associa, com estatuto, quais são os GTs, como participar etc
- Alteração estatutária
- Apoiar projeto / espaço de evidência para escancarar relato de abusos a ciclistas. Oficina para cartilha de como fazer denúncia quando se sofre violência de gênero na rua
- Manter o financiamento a pesquisas
Tarjetas rosas – Programáticas
- Criar ações pautadas nas pluralidades. Promover e participar de ações dentro dessas causas. Participação em eventos que defendam as causas LGBT/Raciais/Sociais/Etc. Criar instrumento de diálogo com entidades que defendam essas causas específicas (gênero, raça, territoriais).
- Questão racial – abrir um foco de entendimento das relações entre a questão racial e a mobilidade. Fazer pesquisa com negros para entender o uso que fazem da bicicleta, porque não usam, como usam etc. Fazer pelo menos 4 reuniões descentralizadas do GT Raça em diferentes regiões da cidade para se reunir com outros grupos. Começar diálogo com movimentos que trabalham a questão de raça.
- Gênero: ações inclusivas para mães, mulheres e mulheres periféricas
- Mapear a rede da Ciclocidade e identificar os pontos de contato com outros movimentos (agentes). Aproximar-se e estabelecer diálogos com outros movimentos sociais. Ocupar espaços de discussões para além da bicicleta. Fazer parte da nossa práxis dialogar com outros movimentos da cidade, temáticos, buscando convergir pautas, não colonizar
- Regionalidades. Implementar o projeto de fomento às ações locais com continuidade na articulação. Fazer uma reunião mensal sim outra não em pontos da periferia para aproximar/facilitar a participação de atores regionais. Visitas regulares às Subprefeituras/Bairros – captar demandas. Pedal cultural com diálogo em áreas periféricas construído com (e não para). Criar possibilidade, com renda, datas etc. de ações que chamem novos agentes transformadores
- Ações focadas nos públicos e interesses que se busca atingir. Ex. Projetos de comunicação, incidência, debates em 1 região
- Infraestrutura. Lutar pela manutenção das estruturas cicloviárias nas periferias. Lutar pelo tratamento de pontes e conexões
- Diversificar a maneira e a linguagem como falamos de política pública em atividades. Ter espaços dirigidos a especialistas e mais lúdicos, culturais, que acolham sob outras perspectivas. Estar nos espaços públicos onde a bicicleta esteja presente (domingo na Paulista, por exemplo)
- Formações programáticas e ‘eternas’
Tarjetas azuis – Individuais
- Exercitar escuta ativa. Despir-se de preconceitos. Ter mais empatia e fazer uma reflexão sobre posturas. Respeitar, garantir, proporcionar, possibilitar.
- Transmitir a ciclistas com um perfil mais diverso do que predomina hoje na Ciclocidade: o que é a associação, como ela funciona e como pessoas podem participar. Divulgar a Ciclocidade e seu trabalho para ciclistas do centro de classe mais baixa. Divulgar através de rede social da Ciclocidade para esse Gênero, Raça etc
- Convidar um grupo específico para participar de reuniões da Ciclocidade. Trazer uma/um ciclista novo por semestre para reuniões da Ciclocidade. Conversar e divulgar através das pessoas que são prospectos membros. Falar sobre a bicicleta/Ciclocidade com pessoas de fora da bolha para atraí-las para o movimento. Cada associado traz mais 4 associades diferentes (que sejam plurais)
- Dedicar mais tempo para um GT de Raça. Convidar mulheres negras para a Ciclocidade. Apoiar ações do GT Raça com auxílio nas atividades e na pesquisa
- Pautar questões trazidas por outras mulheres dentro do GT (para além do assédio). Garantir a lembrança constante de representatividade de gênero nos espaços da associação. Não participar ou ao menos questionar debates e fóruns onde não exista participação de mulheres. Garantir o atendimento das mães
- A equidade de gênero e de qualquer diferença social se dá a partir de representatividade: e isso por sua vez só acontece quando o espaço está aberto para isso. É claro que a luta por espaço é constante, mas individualmente é preciso desconstruir padrões para que mais espaço seja gerado e ocupado
- Garantir no GT Gênero a permanência / contínua discussão sobre feminismo negro e agir para aumentar a participação de mulheres negras naquele espaço
Sessão 3 – Financiamento – De quem receber dinheiro? + Uma regra de ouro
Mais uma vez, dividimos as pessoas em grupos para discutirem as bases do que constituiria uma política de captação de recursos para a associação. Seguem abaixo as fontes possíveis de financiamento para as quais as pessoas disseram “sim”, “não” ou “talvez”, assim como as regras de ouro às quais a política de financiamento deve atentar. A ocorrência de fontes repetidas em diferentes colunas (ex. “sim” e “talvez”) significa que ela precisa ser melhor discutida. Lembrando que este exercício é uma captura de ideias para que a Diretoria formule uma proposta de política de captação, a qual será avaliada em Reunião Geral futura.
Sim
- Associades
- Pessoas físicas não associades
- Financiamento recorrente de pessoas físicas (hoje a contribuição é anual e não recorrente)
- Crowdfunding
- Doação específica para uma ação já existente (ex. GT Gênero) – PJ ou PF
- Comércio local
- Financiamento via bicicletarias – R$ 1 a mais e o $ vai para a Ciclocidade
- Empresas pequenas e médias não ligadas à indústria automobilística
- Associações PJ
- ONGs de captação direta
- Fundações (internacionais) que promovem a mobilidade
- Governos
- Editais públicos
- Contrapartida / venda de serviços / consultoria
- Sistema S
Talvez
- Fundações
- Fundações internacionais / Multinacionais
- Governo
- Bancos públicos e bancos internacionais
- Montadoras
- (Redes) Comércio de massa / grandes comércios
- Academias de ginástica
- Indústria ciclística
- Indústria de alimentos esportivos para ciclistas
- 3º Setor
- Prestação de serviços
Não (Dúvida: A priori ou discutir casos individuais?)
- Empresas ligadas a cigarro, indústria bélica/de armamentos, petróleo, transgênicos, agrotóxico
- Empresas ligadas a trabalho escravo
- Indústria farmacêutica
- Marcas e empresas da indústria automobilística e de combustíveis
- Crime organizado
- Incorporadoras
- Poder público
- Contratação direta municipal, estadual ou federal
- Partidos políticos
- Instituição bancária privada
- Grupos / meios de comunicação em massa
Regras de ouro
- Transparência pública das receitas e execução financeira das empresas
- Transparência pública das receitas e execução financeira das contrapartidas
- Não aceitar empresas envolvidas em casos de corrupção
- Privacidade dos dados de associades junto a financiadores
- Separar / ter clareza sobre o que é financiamento institucional e o que é financiamento para projetos
- Ter agenda de debates com associades para definir fontes de recursos
- Empresa – diferenciar: verba de marketing de edital privado
- Nenhum tipo de interferência nas decisões da Ciclocidade
- Não fazer nenhuma ação em nome da Ciclocidade – sempre via aprovação
- Não exclusividade
- Multifinanciadores
- Nunca ter apenas 1 apoiador institucional
- Não ter mais de 50% do valor oriundo de uma mesma fonte
- Empresas com certificações (tipo ISO)
- Não pode estar na lista suja do trabalho escravo