Ministério Público investiga instalação de ciclovias em SP
MARIANA GOULART HUEB e MARIANA NAVISKAS – Especiais para O Estado
11 Novembro 2014 | 20h 53
Ação da Promotoria de Habitação e Urbanismo busca acompanhar a implementação das faixas e observar se foram feitos estudos prévios
SÃO PAULO – O Ministério Público Estadual (MPE) abriu um inquérito para investigar a instalação das ciclovias em São Paulo. A ação da Promotoria de Habitação e Urbanismo pretende acompanhar a implementação das faixas e observar se foram feitos estudos prévios para a criação dessas vias. O objetivo é evitar que surjam problemas de circulação e de segurança da população que transita nesses locais.
Segundo a promotora responsável pelo caso, Camila Mansour Magalhães da Silveira, cerca de 40 representações que tratam das ciclovias já chegaram ao MPE. A maior parte delas aponta problemas como, por exemplo, a instalação da faixa em um trecho de calçada da Avenida Escola Politécnica, na zona oeste da cidade.
O MPE solicitou à Prefeitura o cronograma das obras. Foi pedido também que a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apresente documentos que indiquem eventuais impactos provocados pelas faixas.
O prazo para a apresentação dos documentos venceu na última segunda-feira e foi dado mais 20 dias úteis para a entrega de todos os relatórios. Por meio de nota, a Prefeitura informou apenas que prestará os esclarecimentos necessários.
“Somente após a análise desses documentos é que será possível dizer quais ações serão tomadas pelo MPE”, disse a promotora. A cidade tem 143,3 km de ciclovias e a meta é chegar a 400 km até o fim de 2015.
Ciclistas. O consultor de mobilidade urbana e diretor de participação da Ciclocidade Daniel Guth afirma que o inquérito do MPE não tem uma denúncia clara e que é difícil entender o interesse do órgão com a medida. Para Guth, o inquérito é um caso isolado no MPE, que tem agido de forma positiva em relação às bicicletas.
O vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo, Antônio Carlos Pela, afirma que o inquérito será importante para ajudar a responder questões sobre a viabilidade das faixas. “A associação não é contra a ciclovia, mas acredita que isso deveria ser feito de forma regrada e consciente. A Prefeitura só pintou o chão, mas os buracos e as imperfeições nas vias estão lá”, diz.
Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo.