Ciclocidade e CicloBR participam de reuniões do grupo Pró-Ciclista
A construção de ciclovias, criação de sistemas cicloviários e infraestrutura para bicicletas foram temas do último encontro do Pró-Ciclista, grupo executivo do poder municipal formado por representantes de diferentes secretarias e de órgãos técnicos da Prefeitura Municipal de São Paulo. A reunião aconteceu em 8 de maio e contou com a participação da Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade) e do Instituto CicloBR, que foram convidados a acompanhar as discussões. A próxima reunião do grupo está prevista para terça-feira, 12 de junho.
O principal tema da conversa foi a criação de infraestrutura cicloviária na cidade. Entre as mudanças discutidas está o Plano Cicloviário da Lapa, cujo traçado está sendo analisado pela CET. A obra tem previsão de até 10 anos para ser concluída, prazo que foi questionado pelos representantes das duas organizações de ciclistas. Também foram apresentadas perspectivas para a construção da Ciclovia da Avenida Eliseu de Almeida, obra que ainda não saiu do papel. Segundo os representantes da Prefeitura, ela está prevista para ser concluída em duas fases. A primeira, ligando a Rua Jacob Salvador ao Metrô Butantã e a segunda conectando este trecho até Taboão da Serra. O traçado já foi desenhado e está sendo analisado pela CET, mas ainda não há previsão de data para sua implementação.
Também foi discutida a futura Ciclovia da Faria Lima, com 18,3 km de extensão e previsão de ligar a Ceagesp ao Shopping Morumbi, percorrendo um trajeto pelo canteiro central das principais avenidas, com ramificações em forma de ciclofaixa e ciclorrotas integrando estações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos e o Parque do Povo.
A obra, que é decorrência da Operação Urbana Faria Lima, de 1997, tem diversos órgãos municipais como responsáveis (SPTrans, SPUrbanismo, Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, SPObras e outros). Ainda não foi feita a construção do trecho da Ceagesp até a Rua Sumidouro, e nem a reforma do trecho da Rua Sumidouro até o Largo da Batata e do Largo da Batata, onde é preciso fazer adequações devido a um terminal de ônibus. O trecho da Rua dos Pinheiros até a Rua Amauri já está em obras e outras modificações estão sendo estudadas. Além das ramificações da Rua Amauri até o Parque Ibirapuera e até o Shopping Morumbi, a Prefeitura também estuda outras ligações. Na Avenida Berrini, a localização da ciclovia ainda não foi definida devido à previsão de um corredor exclusivo para ônibus na faixa da esquerda. Para definição final do traçado, estão sendo analisados também os percursos das linhas de ônibus que percorrem a região.
O grupo também definiu que a Secretaria Municipal de Transportes irá assumir e centralizar a compra de paraciclos, tarefa que estava sob responsabilidade da SVMA. Finalizados os trâmites burocráticos, os demais órgãos do município poderão solicitar à SMT a instalação dos suportes para estacionamento de bicicletas em estabelecimentos municipais e também em logradouros públicos, como praças, parques e ruas.
Desde novembro de 2011, de acordo com a resolução 09 da CPPU, os paraciclos foram incluídos como peça de mobiliário urbano da cidade, permitindo os trâmites necessários para sua instalação e designando especificações técnicas de tamanho e posicionamento. As normas e procedimentos para aquisição e instalação devem ser detalhadas na próxima reunião do grupo.
Foi anunciado ainda o início da fiscalização de motoristas que desrespeitarem os ciclistas. Desde maio, quem desrespeitar ou colocar em risco ciclistas estará sujeito a multas. A fiscalização teve início com agentes da CET treinados para percorrer de bicicleta a ciclofaixa de Moema, na zona sul da cidade, e também pelos demais agentes.
Ainda que o grupo seja de participação exclusiva do Executivo Municipal (conforme Portaria 1918 de maio de 2006), a Ciclocidade e o Instituto CicloBR foram convidados a participar das reuniões e esperam contribuir com o andamento das discussões.