Boletim Sistemas Seguros #15 – julho/2025
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Região Sul inovando em segurança viária
Com o objetivo de reduzir pela metade a mortalidade no trânsito até 2030, o estado do Paraná concluiu seu Plano Estadual de Segurança no Trânsito, o primeiro do país. O documento foi desenvolvido por um grupo técnico interinstitucional coordenado pelo Detran-PR e ainda será analisado por outros órgãos competentes antes de seu lançamento oficial. (Portal do Trânsito)
A Empresa Pública de Transporte e Circulação, órgão gestor do trânsito em Porto Alegre, começa a instaurar processos administrativos de suspensão do direito de dirigir para quem foi autuado por excesso de velocidade trafegando a 50% ou mais acima do limite da via, conforme previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Desde abril de 2021, cabe aos municípios encaminhar esses processos no caso de infrações por eles lavradas que prevejam suspensão como penalidade. (Prefeitura de Porto Alegre)
Tendo registrado um aumento de 20% nas ocorrências de trânsito em sua região metropolitana, Curitiba intensifica o diálogo com municípios vizinhos buscando uma estratégia de redução dos sinistros para a Grande Curitiba, alinhada ao Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito – Pnatrans. Na capital, houve uma redução de 54% nas mortes desde 2011. (Tribuna do Paraná)
Um estudo feito em parceria entre duas universidades do Paraná aplicou técnicas de mineração de dados e inteligência artificial para analisar informações do Departamento de Estradas de Rodagem do estado e identificou padrões relacionados tanto à probabilidade de ocorrências quanto à sua gravidade. A presença de perímetro urbano, por exemplo, mostrou correlação de 93,5% em relação à gravidade dos sinistros; no caso de baixa iluminação, a correlação foi de 62,1%. (Agência Brasil)
Fiscalização em risco
Um corte de verbas anunciado pelo Governo Federal afeta diretamente o Programa Nacional de Controle Eletrônico de Velocidade (PNCV), responsável pela instalação, operação e manutenção dos radares nas rodovias federais brasileiras. Dos R$ 364,1 milhões inicialmente previstos, foram alocados apenas R$ 43,36 milhões, uma redução de 88%. Com isso, existe possibilidade de suspensão da fiscalização a partir de agosto. (Diário do Comércio)
Os recursos do Fundo Nacional de Segurança e Educação no Trânsito (Funset) também vêm sofrendo contingenciamento. Entre 2005 e 2024, apenas 21,8% do montante autorizado para o Funset foi de fato aplicado em áreas vitais para a segurança viária como fiscalização, sinalização, engenharia de tráfego e educação, como determinado pelo CTB. O alerta se baseia em dados do Atlas da Violência 2025 e em estudos da Confederação Nacional do Transporte. (JC)
A fiscalização por velocidade média tem eficácia comprovada na redução de mortes e ferimentos graves, como demonstrado pela experiência dos países que já a implementaram. Para Danilo Oliveira, do Instituto Brasileiro de Direito de Trânsito, esse tipo de radar está alinhado ao propósito do PNCV. “Ele atua sobre o comportamento do condutor e não apenas sobre infrações pontuais”, explica o especialista. Sua regulamentação no Brasil poderia avançar com a aprovação do Projeto de Lei 2789/2023, o “PL das Velocidades Seguras”. Infelizmente, isso hoje depende de vontade política, já que ele se encontra apensado a outros projetos de lei. (Estadão)
Dados
No ano passado, 74,9 milhões de multas foram aplicadas no Brasil. É o segundo maior número da série histórica. Porém, apenas 290 mil pessoas tiveram sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa, o menor número desde 2013 (desconsiderando-se o ano de 2020, atípico devido à pandemia). As alterações introduzidas no CTB entre 2021 e 2022 podem explicar, ao menos em parte, essa queda nas suspensões de CNH. (G1)
Um levantamento realizado pela Secretaria Nacional de Trânsito mostrou que 50,4% dos proprietários de motos, ou seja, 16,5 milhões de motociclistas, não têm habilitação. A proporção varia bastante entre os estados, chegando a 70% no Maranhão. Na outra ponta está Santa Catarina, onde 26% dos donos de motocicletas não são habilitados para conduzir o veículo. (G1)
O total de mortos em 2024 nas vias de Fortaleza cresceu 17% em relação ao ano anterior, interrompendo um período de nove anos no qual esteve em queda. O dado faz parte do Relatório Anual de Segurança Viária de Fortaleza 2025, ainda por ser lançado oficialmente. Esse aumento foi puxado pelas ocorrências envolvendo motocicletas, que representam 55% das mortes no trânsito no ano passado. (Diário do Nordeste)
Interior e região metropolitana de São Paulo
Em Jundiaí, as mortes cresceram 70% em cinco meses deste ano, em relação a igual período do ano passado. Com isso, a cidade ultrapassou Sorocaba e assumiu o 1º lugar no ranking da mortalidade viária no estado. (Gazeta de S.Paulo)
Rio Grande da Serra, uma cidade pequena em território e população localizada na região metropolitana da capital paulista, acumulou três mortes entre janeiro e maio deste ano, sendo que não houve nenhuma nesse período no ano passado. (Diário de Ribeirão Pires)
No Grande ABC, uma sub-região da Grande São Paulo, houve aumento de 30% nas mortes nos cinco primeiros meses deste ano, em comparação a igual período de 2024. Considerando só os meses de maio, apesar da queda na quantidade de ocorrências, o número de mortes foi 25% maior neste ano, revelando um aumento da letalidade. A maior parte dos sinistros com óbito envolveram motocicletas. (Diário do Grande ABC)
Nas cidades do Alto Tietê, que também fazem parte da Grande São Paulo, as notícias são mais alentadoras. Considerando o período de janeiro a abril, houve neste ano, em relação a 2024, queda de 16,66% nos atropelamentos com morte e de 18% nos atropelamentos sem morte. (G1)
A cidade de Ribeirão Preto registrou, nos cinco primeiros meses deste ano, 1.041 sinistros de trânsito, uma média de sete por dia, e 42 mortes. A empresa responsável pela gestão do trânsito na cidade informa que emitiu 111.878 multas nesse período. Entre elas, a mais frequente foi “transitar em velocidade superior à máxima permitida em até 20%”, com 27.383 autuações. (G1)
Mobilidade ativa
Um senhor indiano de 114 anos, tido como o maratonista mais velho do mundo, foi atropelado e morto por um carro não identificado enquanto caminhava pelo vilarejo onde nasceu, na região de Punjab (Índia). Ele começou a correr aos 89 anos, completou nove maratonas e tinha mais de 100 anos quando se aposentou. Nos últimos meses, ele ainda mantinha a prática de caminhar vários quilômetros todos os dias. O motorista que o atropelou fugiu do local. (BBC)
As condições de mobilidade são o “resultado de escolhas políticas e técnicas que deliberadamente colocam a fluidez dos automóveis acima da segurança de quem caminha”. Um levantamento feito no ano passado em 21 cidades brasileiras revelou que, em 54% dos semáforos de pedestres analisados, o tempo de travessia era igual ou inferior a 10 segundos, com média de apenas 7 segundos. Enquanto isso, o tempo de espera do pedestre era, em média, de 131 segundos. (Caos Planejado)
O projeto Caminho Seguro, iniciativa da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, atua em diversas escolas de Porto Alegre com o objetivo de engajar estudantes, familiares e docentes na discussão sobre segurança viária. Nele, a comunidade escolar realiza ações de urbanismo tático, usa um radar móvel para medir a velocidade dos carros e avalia a infraestrutura viária do entorno da escola usando a metodologia Star Rating for Schools, entre outras ações. (Vida Urgente)
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