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Conheça melhor o projeto da Prefeitura para a travessia segura de pedestres e ciclistas nas pontes sobre as marginais

Em encontro realizado pelo GT Pontes, a supervisora da CET Suzana Nogueira apresentou o projeto que está sendo implantado e deverá adequar 12 pontes até o fim de 2015

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No último dia 16/10, o GT Pontes da Ciclocidade realizou um encontro para conhecer os planos da Prefeitura de São Paulo para a melhoria da travessia de pontes e viadutos para pedestres e ciclistas. A convidada a fazer a apresentação foi a supervisora do Departamento Cicloviário da CET, Suzana Nogueira.

Ao todo, serão ações em 28 pontes e viadutos que passam sobre as marginais dos rios Pinheiros e Tietê. Há desde intervenções consideradas de pequeno porte até outras mais estruturais, como a colocação de ciclopassarelas acopladas.
 
Suzana comentou o caso do Viaduto Alberto Marino, que interliga as avenidas Rangel Pestana e Celso Garcia, no Brás. A estrutura é considerada a primeira a receber tratamento. Ali, houve uma redução de quatro para três faixas dedicadas a veículos particulares, abrindo espaço para uma exclusiva de ônibus. Com o tempo, verificou-se que não houve impacto negativo no trânsito. A experiência é importante, pois vai na contramão do senso comum, mostrando que mesmo a retirada de faixas pode não afetar a fluidez do tráfego.
 
 
Três tipos de intervenção
 
Segundo a supervisora, as reformas no caso das pontes já começaram e é possível que haja algumas adaptadas logo em novembro. Haverá três tipos diferentes de intervenção.
 
No primeiro, estão estruturas que requerem apenas pintura e obras de pequeno porte. Quatro pontes se encaixam neste perfil: Penha, Jânio Quadros, Julio de Mesquita Neto e Vitorino Goulart da Silva. Outras oito serão sujeitas a obras de médio e grande porte e compõem a segunda etapa: Aricanduva, Vila Guilherme, Cruzeiro do Sul, das Bandeiras, Casa Verde, do Limão, dos Remédios e Jurubatuba.
 
Sempre de acordo com Suzana, as primeiras pontes a serem reformadas neste cronograma são a Julio de Mesquita Neto, Casa Verde e Cruzeiro do Sul, na região norte, e o Viaduto Domingos Franciulli, também conhecido como Ponte da Penha, na região nordeste. Como um todo, as 12 pontes que constituem as etapas 1 e 2 de implantação devem ser reformadas até final de 2015 pois já possuírem soluções técnicas e recursos disponíveis.
 
Ainda em estudo foram deixados os projetos mais complexos, que dependem de análises de outros órgãos municipais e a alocação de recursos específicos. Uma possibilidade para algumas dessas pontes é engajar as Operações Urbanas Consorciadas (OUC), que têm como objetivo contribuir para o redesenho urbano e, para isso, dispõem dos recursos financeiros necessários.
 
Tais são os casos das pontes Eusébio Matoso e Cidade Jardim, que estão no escopo de abrangência da OUC Faria Lima, e da ponte Freguesia do Ó, da OUC Água Branca. A supervisora da CET ressaltou a importância de ciclistas participarem das reuniões dos conselhos de cada OUC para defender as melhorias em pontes e no seu entorno.
 
Nos casos da Ponte do Jaguaré e da Cidade Universitária, a maior dificuldade parece estar exatamente na possibilidade de obter esses recursos, já que estão fora do perímetro de Operações Urbanas. Vale lembrar, no entanto, que a proposta de lei para o orçamento do município para 2015 foi enviada à Câmara e ainda passará por aprovação, com possibilidade de mudanças ou emendas parlamentares.
 
 
O que está previsto para acontecer nas pontes adequadas?

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As intervenções nas pontes variam muito de acordo com as características de cada estrutura, porém, todas devem receber tratamento no ponto em que se conectam com as vias, as chamadas vias de interligação. Entre as modificações estão a implantação de ciclovias e ciclofaixas, estrutura segregada para a travessia na ponte, calçadas para pedestres e, em quase todos os casos, redução de velocidade dos veículos.
 
As características das estruturas segregadas mudam bastante: canteiro central com ou sem elevação; nas laterais; bidirecional ou unidirecional; na calçada; com gradil ou barreiras ‘newjersey’, entre outras soluções. Há situações em que faixas de rolamento serão reduzidas ou retiradas.

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Para lidar com as alças, a proposta geral é a colocação de travessias com faixa de pedestres e sinais amarelos piscantes. O uso de lombofaixas, regulamentadas recentemente por uma resolução do CONTRAN e com velocidade máxima de 40km/h, também deverá ser testado (uma lombofaixa é a travessia de pedestres com elevação da pista). Segundo a supervisora, não há previsão para retirada das alças que fazem conversão sentido bairro.

Entre casos mais complicados, Suzana aponta a ponte da João Dias, que apresenta poucas soluções viáveis e dependeria de um redesenho do viário. É um problema bastante diferente, por exemplo, do presente na Cruzeiro do Sul, em que o desenho do viário estimula a alta velocidade dos automóveis. Isso acontece principalmente na Praça Campo de Bagatelle, já do lado da zona norte.

Diálogo da Prefeitura com a Campanha Adote Uma Ponte

Ao final da apresentação foram discutidos encaminhamentos para que os ciclistas da Campanha sejam incluídos no processo de adaptação e reforma de pontes. O principal encaminhamento foi uma agenda conjunta com a CET:

  • Dia 29 de outubro (quarta-feira) na parte da manhã, faremos uma vistoria nas pontes Cruzeiro do Sul e da Casa Verde, que já deverão ter passado pelas intervenções. Se houver tempo, visitaremos também a ponte Julio de Mesquita Neto.
  • Mais dois encontros sobre projetos em construção serão realizados em 2014. O primeiro será para debater as pontes Cidade Jardim e Bernard Goldfarb (ao lado da Euzébio Matoso); o segundo para debater as pontes João Dias e Morumbi. Nesse caso, a Campanha Adote Uma Ponte identificará ciclistas, que deverão elaborar um breve dossiê identificando problemas e sugestões de cada estrutura. Sempre que possível, esse documento deverá ser acompanhado de fotos e outros recursos para ajudar na visualização e considerar elementos de segurança, conforto e as conexões em até 1km da ponte. A recomendação é que os respectivos grupos produzam os dossiês até os dias 2 e 17 de novembro, respectivamente. Suzana ficou de agendar as duas datas com os técnicos da CET.

Veja também mais informações sobre este encontro entre o GT Pontes e a supervisora da CET no site Vá de Bike.

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