Teve contagem de ciclistas na Ponte Eusébio Matoso!
A Ciclocidade acaba de divulgar a contagem inédita de ciclista na Ponte Eusébio Matoso. Trata-se de uma importante estrutura de conexão com a região de Pinheiros, em São Paulo. Ao todo, das 6h às 20h, foram contados 1.164 ciclistas, com horários de pico entre às 6h e 8h da manhã e das 16h às 18h da tarde. O grande fluxo é de trabalhadores vindos do Butantã com destino ao centro da cidade e, desse total, 11% são mulheres!
“Essa contagem é importante para dar início ao que chamamos de série histórica, quando é possível acompanhar os dados a partir de novas contagens e fazer comparações futuras. Está prevista a entrega de uma ciclopassarela ao lado da Ponte Eusébio Matoso e esses dados vêm corroborar com a necessidade urgente de uma infraestrutura”, comenta Tais Balieiro, Coordenadora Geral da contagem.
A área faz parte da Operação Urbana Faria Lima, que desde 1994 prevê conexões cicloviárias entre a Cidade Universitária e a Avenida Faria Lima. Hoje, a Ciclovia da Faria Lima tem uma média diária de mais de 7 mil viagens de bicicleta, mas essa e outras duas conexões ( Bernardo Golfarb Jaguaré) ainda não saíram do papel. Após verba publicada no Diário Oficial, a entrega ficou prevista para 2017, mas a nova atualização do cronograma jogou para 2021. Até lá, os ciclistas precisam se equilibrar entre pedestre e, muitas vezes, entre os carros.
A implantação destas estruturas, e de outros trechos importantes para a segurança dos ciclistas na região, são periodicamente lembrados por organizações de ciclistas, conselhos participativos e pela Câmara Temáticas de Bicicleta nas reuniões mensais do Grupo Gestor da OUCFL.
Coordenador Local, Sasha Hart destaca o número de ciclistas que utilizam a calçada ao lado norte da ponte, eles representam 70% do total de 1.164 viagens. Falta espaço para a Mobilidade Ativa.
Os dados da contagem também revelam outros aspectos dos ciclistas que pedalam pela Ponte Eusébio Matoso, como faixa etária e tipo de bicicleta. Nessa região, 9% são bikes compartilhadas sem estação.
A contagem chama atenção para a desproporcionalidade de infraestrutura frente ao grande número de ciclistas e pedestres. Não há nem mesmo sinalização adequada para a segurança dos que vão a pé ou de bicicleta e a velocidade máxima da via é de 50 Km/h com direitas livres.
“A cidade de São Paulo, de modo geral, é mal sinalizada e quem morre mais são os pedestres e ciclistas. Em pontes como a Eusébio Matoso, a preocupação deveria ser ainda maior”, lamenta Tais.
A ponte tem intenso passagem de ônibus via corredor exclusivo e está próxima da estação Butantã da linha 4 do metrô, bem como estação intermodal (metrô/CPTM/ônibus) Pinheiros e estação Rebouças-Hebraica da CPTM. “Esta ponte passa por cima da ciclovia da Marginal Pinheiros, porém elas ainda não estão conectadas. Isto seria possível através de uma obra relativamente pequena e simples. Ela criaria uma opção sustentável para quem usa a saturada linha de trem da CPTM ou sofre com o trânsito de carros na Marginal Pinheiros e de bicicletas na ciclovia da Avenida Faria Lima”, argumenta Sasha.
A contagem traz ainda observações sobre usos do solo, infraestrutura cultural e de lazer e fala de aspectos de arborização e conservação das calçadas. Por fim, o relatório elenca demandas urgentes como “instalação de lombofaixa, redutor de velocidade ou outra formas eficazes de acalmamento, em alças de acesso da ponte”.
Sobre metodología:
O método utilizado para a contagem foi desenvolvido pela Associação Transporte Ativo, do Rio de Janeiro (www.transporteativo.org.br). Trata-se de uma planilha com um desenho esquemático do local, com espaços a serem preenchidos com a origem e destino do ciclista, além de informações complementares como acessórios, faixa etária, gênero, tipo de bicicleta, etc.
Colaboraram com esta contagem: Jô Pereira; Fernando de Abreu; Rachel Schein; Fellipe Rinco; Lucas Hart ;Thais Oewel; Aline Cavalcante; Paulo Alves; Manuela; Adriana Marmo; Fabio Miyata; Luiz Andrade; Bosco; Ronaldo Reina; e Theresia- Louise.